O desabafo do jovem terá prendido muita gente que nas últimas duas semanas teve os ouvidos ligados à Rádio Nacional de Angola. Em causa estava uma cooperativa agrícola que poderá ver mais de 300 toneladas de milho e outros produtos que podem estragar por falta de escoamento. Possuem apenas uma única charrua que, às vezes, acaba por servir também de meio de transporte para colocar a produção nas vias de maior acesso dos compradores e distribuidores.
Devido à burocracia que diz existir a nível os bancos e nalguns projectos estatais em curso fazem com que o jovem olhe para o acesso aos créditos bonificados e outros como um autêntico desafio. O acesso ao crédito nem sempre é uma tarefa fácil, apesar dos financiamentos que vão sendo colocados pelo Estado à disposição dos empresários de vários ramos. Muitos são os que dizem se ter candidatado a determinado financiamentos, mas a tarefa não tem sido fácil. Muitos ficam mesmo pela obtenção de documentos e outras garantias que fazem com que desistam.
Entre os que ficam de fora estão sobretudo muitos verdadeiros produtores de bens alimentares e investidores noutros ramos, mas que quase todos os anos se queixam da inexistência de financiamentos. Do outro lado, infelizmente, estão muitos cidadãos que regularmente têm acesso a financiamentos do Estado, mas também não se conhece os grandes investimentos que possam sustentar os montantes que solicitam. Foi assim num passado recente. E vão aumentando os exemplos de que nos dias que correm existem outros sortudos que se atiram ao pote do Banco de Desenvolvimento de Angola .
Há dias, ouvimos dizer que muitos dos beneficiados não honram os compromissos de pagar os créditos e que a instituição bancária não os consegue encontrar por terem os telefones desligados. Quem conhece a burocracia existente nos bancos dificilmente perdoam as desculpas apresentadas por um responsável bancário, porque é impossível acreditar que se entregue largos milhões de Kwanzas ou dólares e não se tenha algumas garantias. Brincadeira tem hora…