Uma delegação do parlamento da África do Sul escalou a capital angolana para, no quadro de uma visita de trabalho de três dias, reforçar a cooperação com Angola no domínio da administração parlamentar
depois do incidente em que um incêndio destruiu o Parlamento sul-africano em 2022, o país procura experiência de outros parlamentos para a sua reconstrução. O propósito trouxe à capital angolana, Luanda, uma delegação sul-africana, composta por deputados multipartidários, com objectivo de avaliar e aprender com o modelo de gestão da Assembleia Nacional da República de Angola.
O deputado Jomo Nyambi, que chefia a delegação sul-africana, falou do interesse que o seu país tem em “beber da experiência” do Parlamento angolano para ajudar nesta reconstrução. “A nossa escolha por Angola deveu-se também às relações históricas existentes entre os nossos povos, e, tendo em conta a qualidade de tudo o que nos foi apresentado durante a nossa visita, estamos certos da nossa escolha, e satisfeitos por corresponder à nossa expectativa de querer aprender com este parlamento”, disse, o parlamentar sul-africano, avançando que esta visita será crucial para dar os primeiros passos na reconstrução do Parlamento sul-africano.
A delegação de deputados sul africanos, manteve, ontem, um encontro de trabalho com deputados angolanos, além de uma visita de cortesia ao vice-presidente da Assembleia Nacional, Américo Cuononoca.
Angola disposta a cooperar
O secretário-geral da Assembleia Nacional, Agostinho de Neri, garantiu que Angola está disponível para partilhar a sua experiência no que a cooperação parlamentar diz respeito. “Eles querem, fundamentalmente, perceber como é que nós temos estado a fazer a gestão, quer das tecnologias de informação, quer deste imponente imóvel.
Querem saber se o edifício é funcional, e os instrumentos de gestão que adoptamos, e ainda se temos estado à altura do processo de manutenção”, disse, reconhecendo a importância do envolvimento de todos os trabalhadores da Assembleia Nacional na conservação do edifício. Os deputados sul-africanos procuraram também perceber o investimento principal de gestão administrativa e técnica do Parlamento angolano.
Neste sentido, o secretário-geral esclareceu que o Parlamento angolano tem uma Lei Orgânica que está numa fase de revisão. Agostinho de Neri sublinhou que a cooperação parlamentar entre Angola e a África do Sul é bastante salutar e circunscrevese em várias organizações regionais a que os dois países fazem parte. O responsável referiu que a capacidade organizacional e administrativa do Parlamento angolano tem sido reconhecida internacionalmente, garantindo, deste modo, uma aposta contínua no processo de modernização dos seus serviços e na formação dos seus quadros.