Onze pessoas morreram, dentre as quais oito membros da mesma família, e três ficaram feridas, em consequência de descargas atmosféricas que ocorreram, nos últimos dias, nos municípios do Chongorói, Balombo e Ganda, em Benguela
O maior número de mortes, com oito, em que as vítimas são todos membros da mesma família, ocorreu no Chongorói, confirmou, em entrevista ao jornal OPAÍS, o porta-voz do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), Jorge David.
O inspector bombeiro, que procedia ao balanço dos últimos sete dias, revelou que, até segunda- feira, 04, a sua corporação tinha registado a morte de 11 pessoas por descargas atmosféricas, nestes municípios que estão localizados no interior da província.
Entretanto, a maior preocupação recaiu sobre o município do Chongorói, devido o número de mortes registado. “O maior número registou-se no Chongorói, onde oito pessoas da mesma família perderam a vida. Em relação à Ganda, o facto aconteceu quando estavam na lavra. O filho teve morte imediata e o pai com ferimento”, frisou.
Rescentou de seguida que “ainda no município da Ganda, no meio da semana, um cidadão, na localidade da Chimboa, perdeu a vida, por conta da descarga atmosférica”. No Balombo, três cidadãs, saídas dos seus locais de trabalho, foram surpreendidas por um raio que os atingiu na via pública, provocando a morte imediata a uma delas e o ferimento a outras duas, que foram prontamente socorridas em uma unidade sanitária da localidade. “Importa ainda dizer, no município do Chongorói, na localidade de Kavikunda, 24 cabeças de gado foram atingidas por descarga atmosférica”, frisou.
O administrador municipal do Chongorói, Ernesto Pinto, a região mais afectada, afirmou que as idades das vítimas mortais, residentes na povoação do Camuíne, variam de 3 aos 35 anos de idade. “Na mesma casa não sobreviveu ninguém. Criamos uma comissão e deslocamos até ao local, infelizmente, para realizar os funerais. E, neste momento, estamos a criar outras condições para apoiar outras pessoas”, garantiu.
Em função desse quadro, agravado com as fortes chuvas, o Serviço de Protecção e Civil sugere determinadas medidas profiláticas, consubstanciadas, fundamentalmente, no não manuseio de telemóveis, evitar ficar debaixo de árvores, sempre que estiver a chover. “Sobretudo no interior da província de Benguela, bem como não devem ficar em zonas abertas, como lavras, enquanto estiver a chover”, aconselha.
Essas mortes constantes – tanto de pessoas quanto de animais – têm estado a levantar a questão relativa à falta de investimento das Administrações Municipais na compra e instalação de para-raios. Recentemente, o administrador da Ganda, Francisco Prata, assegurou que a sua área de jurisdição tinha já aprovado um pacote financeiro destinados à instalação desses sistemas, uma vez que a região tem sido bastante fustigada por descargas atmosféricas. “Temos alguns para-raios na sede”, assegurou na ocasião.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela