Um grupo composto por quatro oficiais afectos ao Departamento de Investigação de Ilícitos Penais (DIIP) do Comando Provincial da Polícia Nacional na Huíla foi detido, no último fim-de- semana, pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC), por alegado envolvimento no crime de extorsão e burla em que foi vítima um cidadão de nacionalidade chinesa
Os oficiais cometeram, presumivelmente, o crime quando participavam numa missão que visava a fiscalização do processo de venda e compra de divisas no mercado informal em que estava envolvido um cidadão chinês, na qualidade de compra- dor, que pretendia adquirir dólares norte-americanos, segundo apurou o jornal OPAÍS.
A fonte, ligada ao Serviço de Investigação Criminal na Província da Huíla, explicou que o cliente que se predispunha a pagar 80 mil kwanzas por cada no- ta de USD 100 , estas estavam na posse de um suposto general localizado algures na cidade do Lubango. Porém, o negócio, cujo valor total não foi precisado, viria a ser feito por um “homem de campo” deste suposto general.
Para a aquisição das referidas divisas, o cidadão de nacionalidade chinesa tinha em sua posse cerca de 32 milhões de kwanzas que seriam aplicados na compra das divisas. Contactado pelo jornal OPAÍS, o delegado Provincial do Ministério do Interior (MININT) na Huíla, comissário Divaldo Martins, confirmou a detenção dos quatro oficiais do DIIP afectos ao Comando da Polícia Nacional na Huíla.
O oficial comissário revelou, em exclusivo a este jornal, que o cidadão chinês apercebeu-se que as divisas que estava prestes a comprar eram falsas, o que abalou o negócio e provocou a sua detenção, como proprietário da moeda estrangeira. “Podemos confirmar que foram sim detidos quatro oficiais afectos ao Departamento de Investigação de Ilícitos Penais da província da Huíla, sobre eles pesa a acusação de estarem envolvidos num processo de burla relacionado com venda de divisas que até ao momento se consideram falsa,”, frisou.
Contou que o cidadão chinês, após um contacto com um cidadão nacional, deslocou-se à província da Huíla com o objectivo de adquirir dólares e ao aperceber-se que tais notas eram falsas, tentou desfazer-se do negócio. No entanto, os cidadãos que pretendiam vender os dólares contactaram os efectivos da Polícia Nacional que ao chegaram ao local terão recebido uma informação contrária, isto é, de que o cidadão chinês é que estava a vender dólares falsos.
POR: João Katombela, na Huíla