O Serviço de Investigação Criminal deteve, no domingo, 25 de Fevereiro, na República de Moçambique, Gerson Emanuel Quintas, também conhecido por “Man Genas”, a quem aconselha a apresentar provas das acusações. Por outro lado, a mulher do acusado disse que as provas foram roubadas num assalto que sofreram na sua residência
Pesam contra Man Genas dois mandados de detenção, por crimes de roubo qualificado e abuso de confiança, para além dos crimes de ultraje ao Estado, seus símbolos e órgãos, incitação pública ao crime, difamação, injúria e calúnia. Depois de detido, no último domingo, a sua família (mulher grávida e dois filhos menores) estava sob custódia das autoridades, e, ontem, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) fez a entrega oficial aos seus parentes.
De acordo com o porta-voz do SICGeral, Manuel Halaiwa, o cidadão em causa, em companhia da esposa e filhos menores, abandonou o território nacional, depois da publicação de vários áudios e vídeos nas redes sociais, contra o Presidente da República, governantes, oficiais generais e comissários, sobre o alegado envolvimento no tráfico de droga. “Quem acusa deve apresentar provas do que diz, pelo que Man Genas tem agora a soberba oportunidade de as comprovar. Será presente ao Ministério Público para ulteriores procedimentos legais, enquanto que a sua esposa e filhos menores foram entregues à família”, sustenta.
Man Genas tinha-se refugiado na República de Moçambique, onde solicitou asilo, que lhe foi rejeitado por não fazer prova da alegada perseguição, segundo o SIC. “Vendo os seus intentos fracassados, levantou-se contra as autoridades de Moçambique, pelo que, uma vez expulso, fica interdito de entrar naquele território por um período de dez anos, tal como a sua família”, disse Manuel Halaiwa. Na conferência realizada ontem pelo SIC, esteve a esposa de Man Genas, Clemência Suzete Vume, que em declarações à imprensa disse que muitas das provas foram perdidas num assalto que sofreram na sua residência em Luanda e lamentou o facto de o esposo estar detido.
“Eu e as crianças estamos bem! Quero apenas que as autoridades soltem o meu esposo porque daqui a pouco eu vou dar à luz e precisamos dele”, disse a esposa, gestante. Clemência Suzete Vume reconhece que ela, o esposo e os filhos entraram ilegalmente no território moçambicano, mas lamentou o facto de as autoridades daquele país os terem tratado muito mal. Importa frisar que, na mesma ocasião da extradição de Man Genas, foi também extraditado o cidadão nacional identificado por Higino Duarte Regal, por ter fugido da cadeia onde cumpria a pena de dez anos de prisão pelo crime de tráfico internacional de drogas, sobre quem foi emitido um mandado de detenção internacional.