O desenvolvimento de projectos que visam a exibição de peças teatrais de intervenção social, sensibilização, moralização da sociedade em palco e nas ruas constitui a principal aposta do Colectivo de Artes Chissola, no presente ano
A informação foi prestada pelo director executivo do grupo, Graciano Sacalei Freitas, no quadro dos projectos em carteira, que vão marcar o seu ressurgimento nos palcos na província do Huambo, depois de um interregno de cinco anos.
O responsável disse à Angop que o grupo teatral, com a passagem de mais de 30 actores, regressa com o objectivo de reafirmar o seu compromisso nas artes cénicas, que lhe caracteriza na cultura nacional Actualmente, referiu, dado o interregno, estão com quatro actores, que estão a traçar projectos de um teatro mais interventivo nas comunidades e de sensibilização nas ruas e em palcos, para o repúdio do ódio e da vandalização dos bens públicos.
Graciano Sacalei Freitas adiantou que, neste regresso, vão exibir e representar obras de diversos autores nacionais, para além de reactualizar algumas peças já exibidas, tendo em conta o tempo que o teatro exige, com o objectivo de corrigir muitos comportamentos desviantes entre os cidadãos.
Destacou as actuais infra-estruturas culturais construídas na província do Huambo, a exemplo do Centro Cultural Manuel Rui Monteiro, como um investimento público que vai eliminar muitas barreiras e dificuldades para os fazedores das artes cénicas.
Exibição da peça “Casados e Cansados”
Por sua vez, a actriz do grupo Odília Ngongoyavo anunciou que o ressurgir do Colectivo de Artes Chissola será marcado com a exibição da peça “Casados e Cansados”, prevista para sábado e domingo (2 e 3 de Março), que espelha o contexto social da violência doméstica, tanto física, como verbal.
Referiu que, nos dias de hoje, muitos jovens começam um casamento e, em pouco tempo, chegam ao divórcio, daí o aparecimento da peça, que vem para mostrar que, apesar dos problemas, é preciso ter a capacidade de reconciliação e de colocar o amor em primeiro lugar.
Odília Ngongoyavo informou que a peça será apresentada por si e pelo director executivo do grupo, Graciano Sacalei Freitas, em 45 minutos, nas personagens de “Dragão” e “Carolina”.
A peça, a ser exibida na Biblioteca Provincial (sábado) e no Liceu Comandante Bula (domingo), no interior da cidade do Huambo, foi escrita pelo presidente da Associação Angolana de Teatro, Toni Frampénio.
O grupo
O Colectivo de Artes Chissola foi fundado a 8 de Abril de 2008, por um grupo de antigos estudantes da Faculdade de Economia da Universidade José Eduardo dos Santos, liderado pelo actor e dramaturgo Nelson Pedro Nhanga.
Tem muitas peças teatrais escritas, com realce para o “Lar doce lar”, “Os 30 dias”, “O amor traiçoeiro” e “Três vidas e um coração”, da autoria do seu director-geral e fundador, Nelson Pedro Nhanga. A última actuação do grupo em palco foi a 29 de Novembro de 2018.