Os ataques de jacarés contra homens, na província do Cuando Cubango, provocaram morte a nove pessoas, desde o princípio do ano até à última semana, naquela parte do país. A negligência por parte das populações é apontada como a principal causa para a ocorrência desses factos que tendem a crescer na localidade
A informação foi avançada ao jornal OPAÍS pelo chefe do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros (SPCB), naquela província, quando este responsável se referia a duas novas ocorrências de conflito entre homem e animal que se registaram na sua região.
O terceiro subchefe bombeiro, Albano Cutarica, frisou que, no presente ano, foram observados um total de 13 situações de ataques desse tipo de animal contra humanos, dos quais nove terminaram em óbito. “O conflito entre homem e animal já fez nove mortos em 13 casos registados em 2024”, informou, apontando a negligência dos populares como a principal causa para o registo dos incidentes.
Para o porta-voz do SPCB-Cuando Cubango, os cidadãos que residem em zonas ribeirinhas insistem na prática de banhar e desenvolver actividades domésticas em zonas proibidas em vez de decidirem pelas áreas preparadas com cercas metálicas e outros instrumentos que impedem qualquer contacto directo entre o homem e o animal. Além disso, queixou-se também de muitos ignorarem os alertas das autoridades e fazerem-se ao rio através de embarcações precárias com as quais pretendem realizar as suas actividades laborais, sem, no entanto, notarem os riscos associados à prática.
Últimos casos registados O chefe do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do órgão afecto ao Ministério do Interior (MININT) adiantou que, nesta altura, vários especialistas em naufrágio pertencentes ao Comando Municipal de Mavinga estão a intensificar buscas com a finalidade de localizar e entregar à família os restos mortais de um cidadão que foi vítima de ataque de jacaré. De acordo com Albano Cutarica, os operacionais daquele município, até ao fim da última semana, tinham já cumprido três dias de buscas para determinar a localização dos restos mortais do cidadão, de 41 anos, que foi atacado pelo animal nas águas do rio Lomba.
O responsável do SPCB-Cuando Cubango, que cita testemunhas, avançou que o infausto ocorreu há cerca de duas semanas, quando a vítima, a bordo de uma canoa artesanal, pretendia atravessar o rio Lomba e foi surpreendido pelo réptil que o atacou e arrastou para as profundezas daquelas águas. Enquanto isso, no Cuchi, a equipa de efectivos do SPCB culminou com sucesso os trabalhos de localização e resgaste dos restos mortais de um outro cidadão que morreu pelas mesmas causas.“As ininterruptas buscas iniciadas, no passado Domingo, findaram com a localização e o consequente resgate dos restos do corpo de um cidadão, de 30 anos, que foi à óbito, ontem, por volta das 15horas, na sede do Cuchi”, avançou.
Albano Cutarica contou que a perna e a cabeça do cidadão que, em vida, foi conhecido como “Pedra Guerra” foram achadas a flutuar num ponto de muita frequências dos répteis, a 300 metros do local da ocorrência, onde, apesar de ser uma zona proibida de banho, se encontrava a banhar. Por esta razão, o chefe do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Serviço de Protecção Civil e Bombeiros, subchefe bom- beiro Albano Cutarica, aconselhou os populares a optarem, sempre, pelas zonas sinalizadas e devida- mente preparadas para banhos e a realização de actividades domésticas, a fim de se evitar o registo de novos casos dessa natureza.