O presidente russo pronunciou-se sobre o conflito ucraniano e a recente entrevista com o jornalista norte-americano Tucker Carlson, explicando que há partes que serão difíceis de entender pelos norte-americanos.
Tudo o que está a acontecer na Ucrânia é uma questão de vida ou de morte para a Rússia, é o destino do país, disse no Domingo (18) Vladimir Putin, presidente russo, em resposta a uma pergunta sobre a parte histórica da sua recente entrevista com o jornalista norte-americano Tucker Carlson.
“Acho que para nós mesmos, e ainda mais para os ouvintes e espectadores no exterior, é importante entender o curso dos nossos pensamentos, entender a nossa condição, entender o quão sensível e importante é para o nosso país tudo o que está a acontecer na Ucrânia.
Para eles, é um aprimoramento da sua posição táctica, mas, para nós, é o nosso destino, é uma questão de vida ou de morte”, disse Putin numa entrevista ao jornalista Pavel Zarubin.
“Eu queria que as pessoas que vão ouvir [a entrevista] entendessem isso. Se eles conseguiram ou não, não cabe a mim julgar”, acrescentou o mandatário russo.
Segundo ele, as raízes do Estado russo são profundas, e o período do começo que escolheu, no ano 862, antecede em muito os “300 e poucos anos” dos Estados Unidos.
Ele também observou que a teoria normanda sobre a origem do Estado russo, segundo a qual a Rus de Kiev foi fundada por colonos nórdicos e não eslavos, é apenas uma teoria, e que o cientista e historiador russo Mikhail Lomonosov, em particular, a criticou ainda no século XVIII.
“Ele provavelmente está certo de que, de facto, a origem do Estado russo começou antes, porque, mesmo se nos ativermos à teoria normanda, se os moradores de Novgorod convidaram Rurik [figura fundadora da Rússia] para ser árbitro e defensor externo, então Novgorod já existia e tiveram a possibilidade de convidálo”, observou Putin.
A entrevista de Putin com Carlson foi emitida na noite de 9 de Fevereiro. Uma parte significativa da conversa de duas horas foi dedicada ao conflito na Ucrânia e às relações da Rússia com os Estados Unidos, a OTAN e o Ocidente em geral.