O Núcleo de Artistas Angolanos em Portugal, denominada NAAP, criado em janeiro último, vai, a partir de Abril, dar início às actividades culturais, que inclui exposições de artes plásticas, lançamento de obras literárias, projectos de música e dança kizomba e acções de solidariedade
O foi criado por um grupo de angolanos em Lisboa e visa incentivar e promover a cultura e o trabalho dos artistas nacionais residentes em Portugal.
O objectivo é integrar os profissionais que alí residem, assim como aqueles que tenham os seus trabalhos representados no circuito de eventos culturais neste país, para que possam não só se dar a conhecer, mas sobretudo rentabilizar com o que fazem.
Fizeram parte da primeira assembleia-geral constituinte o artista Kizua Gourgel, Lino Damião, Ângelo Reis, Eduardo Zabila, Gociante Patissa, Eduardo Zabila, Jorge Rosa.
A actividade foi a 4 do corrente mês, na sede provisória da associação, em Lisboa. Estiveram também neste encontro Hamilton Francisco “Babu”, Thó Simões, Chalo Correia, Kizua Gourgel, Tiago Aço, alguns residentes em Portugal, outros cujos trabalhos passam muitas vezes por aquele país, situado no continente europeu.
Na referida reunião, segundo o coordenador da comissão instaladora, Vladimir Prata, ficou aprovado o regulamento interno, a logomarca da associação, bem como a data para a realização da primeira eleição dos órgãos sociais, em Abril, altura em que será apresentada o programa anual de actividades.
O também jornalista e escritor esclareceu que a iniciativa vai ainda promover o intercâmbio cultural entre Angola e Portugal, fomentando o entendimento mútuo, respeito às tradições e a valorização da diversidade, através das actividades que serão realizadas.
Entre as actividades de intercâmbio destacam-se festivais, palestras, workshops, espectáculos e actividades educativas.
Deste modo, realça que, apesar da sede da NAAP funcionar em Lisboa, pretende estender as suas acções a todo o território português e não só.
Sobre as parcerias com artistas e instituições congêneres, disse que será sobretudo no âmbito do intercâmbio cultural, cruzando técnicas, conceitos e formas distintas que possam fazer arte, enriquecendo o mosaico cultural das suas comunidades.
“Facilitar e incentivar o intercâmbio de artistas, intelectuais e profissionais entre os dois contextos culturais, proporcionando experiências enriquecedoras e promovendo a compreensão mútua, assim como estimular estudos e pesquisas que contribuam para um melhor entendimento da cultura angolana, são, entre outros, os propósitos da associação”, avançou.
Vladimir Prata considera ser importante desenvolver programas que promovam a conscientização sobre a riqueza cultural, histórica e social de Angola, buscando combater estereótipos e preconceitos e estabelecer parcerias com organizações culturais e educativas, tanto em Portugal como internacionalmente, com a intenção de fortalecer laços de amizade e promover a colaboração sustentável.
Para maior abrangência, auguram trabalhar com várias organizações que apoiam a cultura e as artes, nomeadamente câmaras municipais, associações congêneres, fundações e outras.
“A associação está aberta a todos amantes da arte, pessoas individuais ou colectivas que queiram fazer da arte que desenvolvem, actividade académica ou profissional uma nova forma de associativismo.
O nosso compromisso é contribuir para a construção de uma sociedade mais inclusiva, respeitosa e enriquecida pela diversidade cultural”, concluiu.
ANAAP
É uma associação artístico-cultural sem fins lucrativos criada por um grupo de angolanos em Lisboa para incentivar e promover a cultura e o trabalho dos artistas nacionais em Portugal, cuja legalização deu-se em Janeiro último por onze membros fundadores.
Surgiu fruto do projecto “Independência 4.8” realizado em Novembro de 2023, na Fábrica Braço de Prata, para celebrar os 48 anos da Independência de Angola, com uma exposição colectiva de artes plásticas, apresentação de obras literárias, concertos musicais e debates envolvendo artistas angolanos.