Honestidade, palavra com onze letras e dez fonems, mas que acarreta um grande valor nas relações interpessoais, por se tratar de uma crença que a cada dia se tem afastado do meio social, laboral, académico, religioso e político de cada sociedade.
Hodiernamente, tem sido difícil depositar a plena confiança em pessoas próximas a nós, e não só, pois elas perderam este valor devido aos diversos factores inerentes à realidade de cada indivíduo preocupado com a sua condição financeira, ascensão social, entre outros casos não mencionados aqui.
Socialmente, todo mundo anda desconfiando de quem está ao redor de si, porque muitos são bons nas indumentárias e nos seus discursos, mas poucos dispõem de um coração amável e irmanado diante de quem os quer.
Ademais, a honestidade perdeu-se entre irmãos da mesma pátria, inclusive da mesma família, porque cada um quer estar no auge, nem que for de forma injusta, e, como consequência, sentem-se coagidos a prejudicar quaisquer pessoas à sua volta, com seus comportamentos astuciosos.
No âmbito laboral, a sinceridade deixou de fazer parte dos colegas de trabalho devido a um olhar insatisfatório e irreconhecível, mesmo com zelo, das actividades realizadas por outrem, levando, assim, muitos dos funcionários aos discursos polémicos e caluniadores perante a entidade máxima da empresa, inclusive à obscuridade, para um possível despedimento e desaparecimento físico do seu companheiro de serviço.
Nas academias e demais instituições formativas, a hipocrisia ganhou destaque e a honestidade deixou de fluir entre os académicos, desde o corpo docente ao discente, originando-se aos constantes plágios de autores consagrados pelas distintas academias.
Além disso, as citações deixaram de ser frequentes nos trabalhos investigativos, não pela criatividade e originalidade dos investigadores em causa, mas porque ninguém quer ser chamado de incompetente e reprodutor em questões científicas; consequentemente, têm transformado os pensamentos alheios aos seus, como se da sua autoria se tratasse.
Ainda, a produção científica requer esforços e tempo por parte de quem a quer ter como um processo diário e imensurável na sua realidade académica, sem partir pelo imediatismo constante.
Nas instituições religiosas, a mentira tomou conta dos fiéis e ninguém confia mais no seu irmão, mesmo sabendo que a honestidade deve, senão diariamente, ser solidificada por um cristão que almeja plenamente a salvação.
Em contrapartida, se um líder religioso não produz o fruto da honestidade, alguns dos seus fiéis acabarão por segui-lo no caminho da astúcia, mesmo sabendo que a salvação é individual e depende daquilo que cada um for fazendo na vida terrena; claro, cumprindo com os padrões estabelecidos pela Bíblia Sagrada.
Em política, a falsidade acaba por ser típica aos homens com indumentárias e discursos invejáveis, afirmando-se que um político deve ser astuto perante o público e a honestidade não deve ser plena entre eles.
Mas, em uma sociedade politicamente organizada, as falácias não se podem tornar uma cultura inerente ao homem que representa uma sociedade, sob pena de lhe ser retirada a credibilidade enquanto ente eleito para as funções que vem desempenhando.
No entanto, a honestidade não tem preço e precisa tão-somente da nossa transparência na tomada de decisões, pois ela é valiosa em todas as sociedades e contribui para a crença nos homens que fazem parte dela.
Não precisamos enganar alguém para ascender política, religiosa, académica e profissionalmente, porque se dá o mérito a quem merece e não a quem luta para o conquistar de modo indevido.
Por: Feliciano António de Castro
Professor