O projecto, de iniciativa da Associação Plataforma de Orientação para Desenvolvimento (APODES), foi definida com o intuito de incutir na sociedade o respeito e amor por Angola. O delegado provincial desta organização, João Miguel Quintas, apega-se à questão relativa à profanação de túmulos, a que se tem vindo a assistir em alguns cemitérios de Benguela, para sustentar a tese de que é preciso transmitir valores culturais e éticos aos jovens
O responsável refere que o projecto designado “Eu amo a minha pátria”, lançado hoje, consiste na promoção de uma série de actividades cujo fito seja o de levar e transmitir o espírito de patriotismo à juventude, a fim de que a cada dia que nasce essa franja social se sinta comprometida com os valores éticos, morais e não só.
“Este projecto já foi lançado em seis províncias, designadamente Luanda, Zaire, Cabinda, Huambo e Cuanza-Sul.
E vamos lançar cá o referido projecto. Este projecto está a ser levado a cabo pela APODES, que é a Associação Plataforma de Orientação para o Desenvolvimento, uma organização de cariz sociofilantrópica que trabalha em parceria com o Estado, concretamente o Ministério da Administração do Território”, salienta João Miguel Quintas.
A ideia de lançar o projecto é sustentada com o facto de, cada vez mais, haver necessidade de se cultivar na sociedade o gosto pelo país, tal é o défice que, actualmente, a organização nota.
João Miguel afirma, pois, que, de um tempo para cá, se tem registado cenários que, no entender da organização, evidenciam, em certa medida, falta de sensibilização aos jovens.
“É preciso que os jovens falem para os jovens, no sentido de poder cultivar esse espírito.
A título de exemplo, tem sido a situação que aconteceu recentemente, a profanação de túmulos, não respeito aos símbolos nacionais”, elenca.
De acordo com o responsável, nas outras regiões por onde o projecto passara foi bem recebido pelas comunidades, sobretudo jovens, e por isso também projecta para Benguela êxitos na iniciativa.
Para o dia de lançamento do projecto, prevêem-se abordagens temáticas como “luta armada como factor de unidade e dignidade do nosso povo” e “cidadão e a preservação de valores culturais e sociais”, naquilo que se convencionou chamar de Jango da cidadania, e espera contar com a participação de jovens de várias ideologias políticas, credos religiosos e organizações da sociedade civil, de modo a mudar a consciência geral da sociedade em relação aos valores acima aludidos.
João Miguel está consciente de que, na sociedade benguelense, quando se lança um projecto dessa natureza, ainda que seja de carácter cívico, há quem, ainda assim, manifeste cepticismo a ponto de associá-los a partidos políticos.
Para elucidar, refere que a APODES é uma organização sem fins lucrativos e de cariz sociofilantrópico, composta por docentes universitários, antigos e actuais líderes estudantis e demais cidadãos.
“Ou seja, o projecto ‘Eu amo a minha pátria’ não é de iniciativa política.
A Associação tem como objecto a orientação de projectos ligados à promoção do desenvolvimento da personalidade dos cidadãos, reforço da democracia e participação cultural.
Desta forma, não há nenhuma possibilidade de a nossa associação ter sido vinculada a uma determinada agremiação política”, assegura, adiantando que o que se pretende é, em parceria com o Estado, resgatar valores cívicos, patrióticos, éticos, para citar apenas estes.
Ou seja, segundo disse, abraçar o jovem, independente da sua ideologia ou filiação política.
Por: Constantino Eduardo, em Benguela