Dezenas de turistas provenientes de países como Portugal, China, Rússia, Bielorrússia, Irlanda e França acorreram ontem à Praia do Bispo para assistir e festejar o desfile de encerramento do Carnaval de Luanda, edição 2024, que contou com a prestação de 13 grupos da classe A dos mais distintos municípios da cidade capital
Ângelo Meneses, cidadão português, disse ser a primeira vez que está em Angola e admitiu estar fascinado com a beleza e a euforia do Carnaval de Luanda.
O mesmo, que está em solo angolano em missão de trabalho, desfilou na pista principal a convite do grupo União Kabokomeu, deixando-se contagiar pelos ritmos do Semba apresentado por aquele histórico grupo carnavalesco.
“É a primeira vez que estou em Angola e o que estou a presenciar é uma energia muito positiva e contagiante. É tanta moldura humana unida para celebrar a cultura e está realmente uma maravilha”, expressou hilariante o cidadão.
Já Filipa Galante, outra cidadã portuguesa que já tem vindo a Angola há mais de oito anos, desfilou o Carnaval de Luanda pela terceira vez e considerou ser uma experiência cada vez mais incrível e apaixonante.
Apresentando-se como uma jovem habituada ao espírito carnavalesco oriundo de sua terra natal, a cidade portuguesa de Torres Verde, situada a oeste de Lisboa, Filipa adiantou que sempre gostou de dançar o Carnaval e que, sempre que pode, estando em Angola ou em Portugal, não perde a oportunidade de se juntar aos grupos carnavalescos e celebrar aquela que é considerada uma das festas culturais das nações.
“Esta já é a minha terceira vez a dançar o Carnaval de Luanda, a primeira vez foi com Recreativo do Kilamba, a segunda foi com o Kabokomeu e desta vez novamente o Kabokomeu convidou-me e não hesitei em aceitar até porque sou uma pessoa apaixonada por Carnaval, porque a minha terra natal é muito conhecida como o berço do Carnaval em Portugal”, manifestou.
Vestida de trajes com cores vivas, numa combinação de azul, branco e uma máscara dourada, Filipa disse não resistir às “tentações do Carnaval” e que os ritmos africanos sempre prenderam a sua atenção, com particularidade os ritmos de Angola, uma nação considera ser a sua segunda casa.
Com alguma dificuldade para falar português, Malaika, cidadã chinesa que reside em Angola há menos de um ano, também se juntou ao grupo de turistas que acorreu à marginal da Praia do Bispo para ver, viver e contemplar as “maravilhas culturais” do Carnaval de Luanda.
Acompanhada de sua câmara fotográfica e uma agenda de anotações, Malaika radiografava os vários momentos que chamavam a sua atenção durante as actuações dos grupos, com o objectivo de os reportar aos seus amigos, colegas e familiares quando regressar a Pequim. A mesma mostrou-se entusiasmada por acompanhar de perto a maior manifestação cultural em massa da capital angolana.
Adiantou que o seu grupo empresarial esteve a apoiar um dos grupos carnavalescos que concorreu na classeA, tendo afirmado que foi uma experiência incrível e marcante porque lhe permitiu aprender um pouco das danças, canções e artes carnavalescas de Luanda. “Gostei de acompanhar, ainda não aprendi a dançar, mas filmei os ensaios e alguns preparativos do grupo que estamos a apoiar.
Muito bom”, disse. Entre os turistas presentes no espectáculo cultural, destacou-se um casal francês, acompanhado de seus filhos que disseram estar hospedados numa das unidades hoteleiras perto da baía e por não perderam a oportunidade de acompanhar o Carnaval.
Karin Kemele, o chefe da família, afirmou estar a ser divertido e ao mesmo tempo atractivo a forma como os grupos se apresentavam, desde as indumentárias, danças e outras atracções que o desfile exige, prendendo-se em especial no facto de existirem crianças descalças e sem camisas a dançarem com muita alegria e descontracção.
Recorrendo ao seu tradutor, Karim, que também está em Angola pela primeira vez, expressou entusiasmo pelo cenário que presenciava nas apresentações dos grupos e frisou que gostaria de voltar a Luanda mais vezes em épocas de Carnaval.
“Estamos a gostar, está a ser muito bonito, tem muita gente com roupas de várias cores alegres, crianças a dançarem descalças e sem roupa, mas todas muito felizes, está a ser bonito”, disse o francês, na tradução literal feita pelo seu companheiro e guia.
Nas bancadas, entre as multidões, encontravam-se três cidadãos, dois bielorrussos e um russo que atentamente acompanhavam os desfiles.
Com um português ‘desenrascado’, Sérgio Pitrov, que já está em Angola há três anos, preferiu falar pelo grupo afirmando que é a segunda vez que acompanha o Carnaval de Luanda e que, por ter gostado da experiência, decidiu convidar os colegas para também desfrutarem daquele espectáculo de manifestação cultural. Estiveram ainda presentes turistas vindos do Brasil, CaboVerde, RDC e da vizinha República da Namíbia.
Reitere-se que o último dia de desfile contou com a presença do Presidente da República, João Lourenço, que se fez acompanhado da primeira-dama, Ana Dias Lourenço, do ministro da Cultura e Turismo, Filipe Zau, do governador de Luanda, Manuel Homem, e de importantes individualidades do governo central e das administrações municipais.