O presidente da UNITA, que esteve a trabalhar durante três dias na província de Cabinda, defendeu durante um acto político de massas uma autonomia negociada para aquela circunscrição, no âmbito das suas especificidades regionais e do estatuto especial que goza
Para Adalberto Costa Júnior, a autonomia é uma solução que muitos países de África, Europa, Ásia e América Latina abraçam para resolver determinadas reivindicações regionais. “A autonomia não é um bicho-de-se- te-cabeças.
A autonomia é normal desde que saia de um diálogo verdadeiro, sincero e frontal. Esta não deve constituir para nós um problema. Devemos saber ouvir a ansiedade do povo”, ressaltou. Para tal, Adalberto Costa Júnior adiantou que, através do seu partido, será levada, em breve, à Assembleia Nacional uma proposta de autonomia para Cabinda
“Que tipo de autonomia?”. Segundo Adalberto Costa Júnior, esta é a pergunta que muitos fazem. Para essa inquietação, o líder da UNITA defende uma autonomia que saia de uma negociação verdadeira, sincera e transparente, e “não uma negociação imposta, porque isso não é diálogo”.
“Nós vamos auscultar para fazer a proposta e vermos quem é que a vai negar ou quem é que vai andar com ela para a frente”, prometeu. De acordo com o político, de algum tempo a essa parte, a UNITA tem vindo a defender junto da população local um estatuto para Cabinda. “Aquilo que nós tínhamos conversado com as elites durante os dias que estivemos aqui foi de que os Cabindas deviam ser auscultados para definirem os limites desse estatuto”, disse.
E acrescentou: “Antes de virmos para aqui, tínhamos feito uma intervenção em Luanda onde defendemos autonomia para Cabinda, mas quando chegamos houve mui- ta gente da sociedade que nos criticou porque nós não devíamos ter dito que defendíamos autonomia sem antes conversar com os naturais. Devíamos primeiro ouvir e só depois anunciar”. Tomamos boa nota, disse, assegurando que “estamos de novo a actualizar as diversas opiniões na pluralidade em Cabinda.”
“Quero deixar aqui de forma muito clara o mesmo compromisso, mas agora para ser materializa- do em breve, de que vamos levar à Assembleia Nacional uma proposta de autonomia para Cabinda”, explicou. No acto de massas realizado, Sábado, defronte à sede do seu partido, o político reafirmou que a Frente Patriótica Unida “FPU” foi criada porque Angola continua a ter um problema grave ligado à existência de um partido/estado e ter na governação do país pessoas que não pensam o Estado plural. Por isso, defendeu Adalberto Costa Júnior, a FPU, coligação não legalizada, ser uma opção consciente, que deve continuar a crescer e a consolidar-se para fazer alternância nas próximas eleições.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda