Os rebeldes Huthis disseram, ontem, ter atacado com mísseis um navio de guerra dos Estados Unidos no Mar Vermelho, horas depois de os militares norte-americanos terem anun- ciado que abateram um míssil vindo do Iémen
O porta-voz militar dos Houtis, Yehya Sarea, disse na rede social X que os insurgentes “lançaram vários mísseis navais (…) contra o contratorpedeiro norte-americano USS Gravely, no mar Vermelho”.
O dirigente defendeu que o ataque “se enquadra no quadro do legítimo direito de autodefesa contra os bombardeamentos dos Estados Unidos e do Reino Unido a posições dos Hutis no Iémen”.
O Comando Central dos Estados Unidos (Centcom) declarou, na Terça-feira, que abateu um míssil anti-navio lançado pelos rebeldes sobre o Mar Vermelho.
Por volta das 23h30, horário de Sanaa, as forças norte-americanas dispararam contra o míssil e abateram-no, informou o comando na rede social X.
“Não foram registados feridos ou danos”, acrescentou o Centcom no comunicado. Na Sexta-feira, os EUA repeliram um ataque semelhante, também atribuído aos Houtis.
Neste caso, o comando norte-americano disse que o míssil anti-navio abatido representava uma “ameaça iminente” para navios mercantes e de guerra dos EUA na região.
Os Houtis, grupo apoiado pelo Irão e considerado terrorista pelos EUA, têm levado a cabo centenas de ataques com drones e misseis contra navios comerciais no Mar Vermelho, em resposta aos ataques de Israel na Faixa de Gaza.
A tensão naquela área marítima fez com que as principais linhas de navegação do mundo ajustassem as rotas para evitar passarem pelo local, por onde transitam 8% do comércio mundial de cereais, 12% do comércio de petróleo e 8% do comércio internacional de gás natural liquefeito.
Os ataques sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 7 de Outubro, causaram cerca de 1.200 mortos e mais de 200 reféns, segundo as autoridades israelitas.
A ofensiva no território palestiniano lançada por Telavive causou mais de 26 mil mortos, segundo dados das autoridades de Gaza, controladas pelo Hamas desde 2007.