Moçambique ultrapassou, Domingo, os 10 mil casos de cólera no actual surto que afecta, sobretudo, o Norte do país desde Outubro, mas sem registo de óbitos há mais de duas semanas, segundo dados oficiais
De acordo com o mais recente boletim sobre a progressão da doença, elaborado pela Direcção Nacional de Saúde Pública e com dados até 21 de Janeiro, estava contabilizado no país um acumulado de 10.061 casos de cólera desde 1 de Outubro último, com 25 mortos, e 7.321 pessoas internadas.
Nos últimos dez dias registaramse mais 800 novos casos da doença, mas sem óbitos, segundo o histórico destes boletins.
A taxa de letalidade provocada por este surto desceu na última semana de 0,3% para 0,2%, segundo o boletim, que continua a identificar perto de 30 distritos, sobretudo no Norte do país, com casos de cólera activos.
A província mais afectada pela actual vaga deste surto de cólera é Nampula (Norte), com um acumulado de 3.246 casos e 12 óbitos, seguida de Tete (Noroeste), com 1.897 casos e seis óbitos.
As autoridades sanitárias moçambicanas vacinaram, recentemente, contra a cólera, em cinco dias, mais de 2,2 milhões de pessoas nos distritos mais afectados pelo actual surto, correspondendo a uma cobertura praticamente total face ao programado.
Em declarações anteriores à Lusa, o chefe do Programa Alargado de Vacinação do Ministério da Saúde, Leonildo Nhampossa, avançou que foram vacinadas contra a cólera, em quatro províncias, entre 8 e 12 de Janeiro, um total de 2.268.548 pessoas, com mais de 1 ano de idade. Isto “corresponde a uma cobertura de 100%.
Os objectivos foram completamente alcançados”, disse ainda. O grupo-alvo desta operação de vacinação era de 2.271.136 pessoas, correspondente à população que vive nas áreas mais vulneráveis e de foco para o atual surto, referiu anteriormente o Ministério da Saúde.
De acordo com a informação da Direcção Nacional de Saúde Pública, a campanha destinou-se à população com idade igual ou superior a um ano e foi realizada nos distritos de Chiúre e Montepuez (província de Cabo Delgado), Gilé, Gurué e Mocuba (Zambézia), Mágoe, Moatize e Zumbo (Tete) e Maringue (Sofala).
Esta campanha de vacinação mobilizou 1.136 equipas, com 7.337 elementos, incluindo vacinadores, mobilizadores, registadores, supervisores, coordenadores, pessoal para digitar dados, logísticos e motoristas, entre outros, tendo custado cerca de 1,3 milhão de dólares (1,19 milhão de euros), entre fundos do Estado e dos parceiros de cooperação de Moçambique.