Mais de 250 milhões de kwanzas é o montante em que está avaliado os prejuízos causados pelo garimpo de água na rede técnica da EPAL, revelou, ontem, em Luanda, o director de Comunicação, Marketing e Relações Institucionais da em- presa, Vladimir Henda Bernardo
Para além do desperdício de água potável e o impacto nas finanças da empresa, o garimpo cria danos ao meio ambiente, contribuindo para a degradação de infra-estruturas do Estado, de acordo com a fonte.
Em declarações à Angop, disse que essa prática, punível por lei, afecta, sobremaneira, a conservação das estradas e dos passeios, assim como constituiu uma fonte de contaminação da água que chega ao consumidor final, colocando em risco a saúde pública.
Os dados da EPAL indicam que os maiores focos de garimpo de água resistem nos municípios do Talatona, Kilamba Kiaxi, Viana e Cacuaco. A par do garimpo de água, esclarece Vladimir Bernardo, a instituição tem sido severamente afectada por práticas de vandalização de equipamentos na rede, concretamente furto de contadores, danificação dos dispositivos hidráulicos, como válvula e ventosas, bem como destruição das casas de bombagem.
Dos principais prejuízos das acções de garimpo e vandalização da rede e dos equipamentos, o responsável indicou a dificuldade de melhorar a taxa de cobertura de distribuição de água, manutenção da rede, fraca cobrança e facturação.
Clientes devem 120 mil milhões Kz
Já dívida acumulada dos clientes da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) está cifrada em 120 mil milhões de kwanzas, conforme Vladimir Bernardo. Num breve balanço do exercício de 2023, revelou que cerca de 85 por cento do global da dívida está concentrado nos clientes particulares, fundamental- mente dos bairros periurbanos e das centralidades.
Segundo o director, as centralidades, que recebem água 24 horas por dia, beneficiam do fornecimento do produto, com alguma interrupção no período das 08 às 18 horas, porém apenas 44% dos clientes pagam o consumo. Disse que a empresa contabiliza 410 mil clientes, dos quais 400 particulares e 10 empresariais. Deste global de consumidores, menos de 45% paga o consumo à EPAL.