A sonangol informou, ontem, que o navio-tanque Marlin Luanda, atingido por um míssil, no Mar Vermelho, não faz parte da sua frota de navios próprios ou fretados
A petrolífera nacional esclarece, em comunicado de Imprensa, que a referida embarcação não é sua propriedade nem está sob a sua responsabilidade, contrariando, deste modo, as informações divulgadas por alguns meios de comunicação.
“Devido ao perigo que acarreta, no momento, a navegação na região do Mar Vermelho e Golfo de Aden, a Sonangol adoptou medidas preventivas por forma a evitar quaisquer incidentes, com navios da sua frota ou ao seu serviço”, diz. Acrescentou de seguida que, por essa razão, “nenhum dos seus meios se encontra próximo da região em causa”.
Por outro lado, o grupo empresarial Trafigura esclarece que o Marlin Luanda é um navio-tanque de produtos petrolíferos operado em seu nome. Explicou que o incidente acima mencionado provocou um incêndio num tanque de carga a estibordo do navio.
“A tripulação, apoia- da por embarcações militares, conseguiu extinguir totalmente o incêndio, estando neste momento e na íntegra em segurança”, de- talhou, na nota de imprensa a que OPAÍS teve acesso.
Diz ainda que o comandante e a tripulação do navio demonstraram, em face deste infortúnio, não só uma elevada capacidade técnica e profissional, mas também um forte carácter, tendo conseguido controlar o incêndio em circunstâncias verdadeiramente difíceis. “A assistência prestada pelos navios da Marinha indiana, americana e francesa foi decisiva para os resultados alcançados”, sublinha.
Salienta ainda que, ao contrário do que foi veiculado em algumas redes sociais, “Leopoldino do Nascimento (referido como ‘General Dino’) não tem, à data, nenhuma parceria com qualquer empresa ou subsidiária do Grupo Trafigura”. “O Marlin Luanda transporta nafta e prossegue, entretanto, a sua rota, tendo a Ásia como destino da carga”, lê-se no documento.
Por outro lado, garante que nenhum outro navio operado em nome da Trafigura está actualmente em trânsito no Golfo de Aden. “Ainda assim, a empresa está a avaliar cuidadosamente os riscos envolvidos em cada viagem, designadamente no que diz respeito à segurança e à protecção da tripulação, juntamente com os armadores e os clientes”. É de salientar que os primeiros dias da guerra entre Israel e Hamas, os houthis, que controlam parte do Iêmen e são apoiados financeira e militarmente pelo Irão, têm realizado ataques contra embarcações comerciais que transitam pelo Mar Vermelho.
O Mar Vermelho é uma das mais movimentadas rotas comerciais do planeta, por onde passam 12% das exportações globais. Segundo os houthis, as acções são uma forma de apoiar a resistência em Gaza e tem como alvo navios de bandeira ou propriedade de empresas de Israel, ou que tenham como destinos portos israelitas, mesmo que seja uma passagem muito rápida.