Localizado na centralidade do Kilamba, na província de Luanda, o Instituto de Educação Física e Desporto (IEFD), unidade orgânica da Universidade Agostinho Neto (UAN), carece de condições de trabalho para as aulas práticas, de acordo com o director-geral, Maurício da Costa
À entrada da instituição, localizada na centralidade do Kilamba, na província de Luanda, tudo parece verdadeiramente um «mar de rosas».
Nas salas, construídas à luz dos padrões exigidos pelas leis da arquitectura, como se não bastasse, nota-se alegria no rosto dos estudantes, corpo docente, assim como dos seguranças.
No entanto, por trás dessa aparência há uma onda de lamentações por parte daqueles que estudam e operam no estabelecimento do ensino superior construído em 2009.
Conforme apurou o jornal O PAÍS, os estudantes têm enfrentado muitas dificuldades no processo de ensino e aprendizagem, uma vez que a unidade orgânica da Universidade Agostinho Neto (UAN) carece de condições adequadas para as aulas práticas.
Como é evidente, isto tem causado transtornos de vária ordem, uma vez que os intervenientes directos e indirectos desconhecem o dia em que as condições vão melhorar.
O director-geral do IEFD, Maurício da Costa, fez saber à reportagem deste jornal que a sua instituição carece de um laboratório de ponta para a disciplina de anatomia.
O responsável destacou também a falta de uma academia desportiva adequada para a prática do futebol, atletismo, andebol, natação e basquetebol, tidas como disciplinas que exigem realmente práticas contínuas.
A título de exemplo, as aulas práticas de natação são feitas na Piscina do Alvalade, no centro da cidade, uma situação que tem criado sérios transtornos para os estudantes todos os dias ou durante a semana.
“Estamos com falta de especialistas. São muito poucos. Pedimos ajuda, mas até agora não tivemos sucesso. Continuaremos a trabalhar. Trabalhamos com a criatividade dos nossos docentes.
Temos neste momento oito professores cubanos”, acrescentou. Em relação ao futebol, o problema é alarmante, visto que o relvado está em estado avançado de degradação.
O director disse que a relva perdeu sua cor natural, os insectos tomaram conta do espaço, restando apenas capim, o que representa um perigo para a integridade física dos atletas.
De acordo com Maurício Costa, o basquetebol e o andebol também são parentes pobres no IEFD, porque o piso está impraticável, com rachaduras e sem cobertura para proteger os estudantes das chuvas.
O responsável mencionou que a instituição carece de mão de obra qualificada, ressaltando ainda que o número de professores é insuficiente para atender às necessidades da instituição.
O director afirmou igualmente que o seu elenco tem solicitado apoio tanto de entidades públicas quanto privadas, mas as respostas têm sido negativas.
Apesar disso, Maurício da Costa mostrou-se optimista de que os apoios surgirão há breve trecho. Instado sobre se a direcção possui um passivo com professores e profissionais da limpeza, Maurício da Costa referiu que está tudo regularizado. Salientou que, neste momento, a instituição possui 374 estudantes, dos quais 316 do período regular e 58 do pós-laboral.