O milho e o bombó, alguns dos produtos mais consumidos pela população da província do Moxico, estão escassos nos principais mercados da cidade do Luena, gerando onda de inflação e especulação
As constantes chuvas que se verificam na província, nos últimos tempos, têm reduzido a produção destes bens alimentares, tornando-os escassos no mercado, uma vez que tem condicionado o pro- cesso de secagem do tubérculo, noticia a Angop. Nos principais pontos de vendas, designados por “depós”, o saco de bombó de 150kg, produto consumido principalmente pela população das províncias do Moxico, Lunda-Sul e Lunda-Norte, está a custar 35 mil kwanzas, contra os 12 mil praticados há dois meses.
Face a esta alteração dos preços, a comerciante Flora Muquissi, natural da província da Lunda-Norte, disse que actualmente só consegue comprar 10 e 15 sacos de bombó diariamente, contra os 50 que eram adquiridos no período anterior. Experiência partilhada pela comerciante Cidália Mutepa, proveniente da capital do país (Lu- anda), que, há um mês, aguarda comprar quantidade elevada do bombó, para revender no mercado do Km 30. “Até agora só consegui 150 sacos, pretendo levar 350”, disse. Já o preço do saco de milho disparou para 50 mil kwanzas, contra os 30 mil kwanzas vendido na época do cacimbo.
O agricultor Salvador Sapalo justificou a alteração do preço do milho com a subida da cesta básica usa- da como matéria de troca com os camponeses, na altura da produção. Uma situação que é agrava- da pela dificuldade de escoamento devido à degradação das vias de acesso. Segundo dados oficiais, Moxico é o segundo maior produtor da mandioca do país, atrás da província de Malanje. Dados estatísticos do gabinete da Agricultura e Pecuária apontam que a província produz mensal- mente 85 mil e 625 toneladas de mandioca, prevendo, no final da presente campanha agrícola, colher um milhão, 27 mil e 511 toneladas do tubérculo.