Medo, insegurança e revolta é o sentimento que se vive em Luanda devido às últimas ocorrências de crimes registadas. A população defende mais acções da Polícia que, por sua vez, diz não houver motivos para apavoramentos. Já especialistas apelam para melhor definição e equilíbrio das políticas públicas para desincentivar os jovens a enveredarem para o caminho da criminalidade
Os últimos casos de crimes violentos instalaram o medo e o sentimento de insegurança nos cidadãos em Luanda que apelam por medidas urgentes com vista a devolver a tranquilidade e a ordem públicas. A situação é mais critica ainda devido à forma como esses crimes estão a ser cometidos, com recurso a arma de fogo e outros meios contundentes que, quando não matam, deixam danos irreparáveis.
A morte do sociólogo Laurindo Vieira, na semana finda, foi dos casos mais flagrantes que causou comoção nacional a julgar pela forma e o local em que o crime foi cometido, na zona do Patriota, município de Talatona, à luz do dia, com disparos de arma de fogo. Entretanto, para além deste caso, ainda corre na memória dos luandeses a ocorrência do final do mês de Dezembro, em que dois cidadãos foram baleados quando saíam de uma dependência bancária, igualmente no mesmo bairro.
O crime ocorreu no bairro Adriano Moreira, distrito urbano do Hoji-Ya-Henda, no interior da casa da vítima, quando esta se encontrava sozinha e a dormir. Os homens arrombaram o telhado e introduziram-se na residência. Um dos acusados vasculhou a cozinha do malogrado até conseguir retirar de lá uma faca, que foi usada para golpeá-lo.
Ainda no mesmo mês, efectivos do Serviço de Investigação Criminal (SIC) detiveram, em Luanda, quatro elementos, com idades compreendidas entre 18 e 32 anos, sob suspeita de terem assassinado, a tiro, um cidadão, de 35 anos, no interior da sua residência. O crime ocorreu no passado dia 11, por volta da meia noite, na rua Comandante Bula, bairro da Sonef, Distrito Urbano do Kima Kieza, município do Cazenga.
Já em Junho, um jovem de 24 anos, que exercia a actividade de motorista de mini-autocarro em Cacuaco, foi morto a tiro por um indivíduo ainda não identificado, quando fazia o trajecto da Vila de Cacuaco até ao desvio do Sequele. Em Abril, uma cidadã, de 57 anos de idade, que respondia pelo nome de Sebastiana de Fátima Neto, moradora do distrito urbano da Maianga, foi morta à machadada pela sua própria comadre, tendo de seguida incendiado o local para apagar as provas do crime.