Apresente abordagem consubstanciase em interpretar na perspectiva etnolinguística as motivações que concorrem para a materialização da antroponímia como vector transitório da identidade à exclusão social no panorama do tecido etnocultural angolano.
A mesma sustenta-se por meio de constatações, de observações e de falas psicossociais manifestadas por parte de diferentes agentes socioculturais.
Não se pretende costurar o funcionalismo da antroponímia enquanto vector identitário, porém articular os horizontes da sua operacionalização.
Alargar as lentes socio-históricas, socioexistenciais e aprimorar o discurso relacional entre as similaridades e as particularidades dos diferentes tecidos que sustentam o corpus do imaginário angolano. Todavia, não se pretende estancar a natureza da arbitrariedade do signo linguístico.
Pois que, entende-se que se incorre a erro de interpretação histórica e evolutiva quando se excluem determinados agentes sociais por não terem nomes que pertençam a um grupo etnolinguístico.
Daí que, numa interpretação mais acumulativa, inclusiva e civilizacional, atribuição dos nomes que identificam determinados grupos etnolinguísticos não constitui em si um mecanismo de estanque no processo de interacção etnolinguística.
Pelo contrário, ele é resultado da falta de projecto etnocultural que seja capaz de compreender e incorporar os processos inerentes à dialéctica existencial.
Por exemplo, existem agentes sociais que já se viram excluídos por razões subjectivas de fundo tribal, até certo ponto, ou mesmo por excesso de zelo antroponímico.
Portanto, sublinha-se que antroponímia é um catalisador de elevação cultural e ancestral que indevidamente abordado estimula anulação, a estigmatização, o preconceito etnolinguístico e promove o etnocentrismo antroponímico.
Aproveita-se, abre-se parênteses, para realçar-se que é ilusório acreditar que existam antropónimos superiores a outros ou ainda plantar-se fantasmas antroponímicos sobre os que não têm, por razões objectivas ou subjectivas, nomes que representam determinado grupo etnolinguístico.
Porém, não se está aferir o disfuncionalismo da antroponímia como parte do legado etnocultural angolano. Assim sendo, os mecanismos que concorrem para exclusão social partem do excesso de zelo etnolinguístico e identitário.
Pois que, ao partir-se da lógica tradicional, é fundamental que se contra-argumente o axioma que determina, implicitamente, que a inclusão dos agentes sociais deva sustentarse, necessariamente, a partir da antroponímia bantu.
A não articulação funcional entre a leitura contextual e inclusiva desemboca na exclusão social. Sublinha-se que, da identidade à exclusão social, se apresenta como abordagem temática que visa estabelecer elo de solidariedade, entre os diferentes agentes, por meio da inclusão plu-etnolinguística, pluetntocultural e plu-social na desconstrução da narrativa da aceitação antroponímica como conector inclusivo.
Porém, realça-se que, embora antroponímia seja também o agregar da caracterização ontológica e vital, ela não pode servir de via de exclusão social.
Por: HAMILTON ARTES