O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, deu, ontem, uma conferência de imprensa anual durante a qual avaliou a actual situação na arena internacional e apresentou os resultados da diplomacia russa no ano passado
Segundo informou a representante oficial da chancelaria russa, Maria Zakharova, cerca de 190 jornalistas russos e 170 jornalistas e representantes da mídia estrangeira foram acreditados para o evento e terão a possibilidade de fazer perguntas ao chefe da diplomacia da Rússia. Duas conferências de imprensa anteriores de Lavrov duraram aproximadamente três horas.
O ministro russo declarou que visitará o Brasil no final de Fevereiro para a reunião do G20, bem como outros países da América Latina. Objetivo da Rússia para 2024 é se livrar da dependência do Ocidente Em 2024, a Rússia tem o objectivo de se livrar de qualquer dependência do Ocidente na economia e nas cadeias de suprimentos, disse Lavrov na conferência.
“Os objetivos são claros: livrar-se de qualquer necessidade de depender dessas cadeias de produção e distribuição, financeiras, bancárias, de logística que, de uma forma ou de outra, são controladas ou fortemente influenciadas pelos nossos colegas ocidentais”, disse ele.
As relações entre a Rússia e a China estão atravessando o melhor período da história de muitos séculos, observou o chanceler russo. Rússia prestará atenção à integração dos novos membros no BRICS Lavrov disse que a Rússia prestará especial atenção à boa integração dos novos membros do BRICS no trabalho do órgão.
“A Rússia, que está a presidir o BRICS desde 1º de Janeiro, obviamente prestará uma atenção especial para que os novos membros tenham uma boa integração no nosso trabalho comum”, declarou o chefe da diplomacia russa na conferência de imprensa.
Escalada do conflito ucraniano cria riscos estratégicos O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, “está a desobedecer cada vez mais” aos seus patrocinadores ocidentais, declarou o chefe da diplomacia russa, falando sobre as eleições presidenciais que não chegaram a ser realizadas na Ucrânia.
A razão é o desejo de permanecer no poder por mais tempo possível, disse o ministro russo.
O Ocidente indo no sentido de uma escalada do conflito ucraniano, isso cria riscos estratégicos adicionais, afirmou Lavrov, acrescentando que Moscovo não está ver interesse dos EUA e da OTAN em resolver o conflito.
Ele ressaltou que as autoridades de Kiev foram proibidas de assinar um acordo já delineado com a Rússia “por ordem do [então primeiro-ministro britânico Boris] Johnson e outros anglo-saxões”. Entretanto, a Rússia não se recusa a conduzir negociações.
Rússia vai alcançar todos os alvos na operação militar especial na Ucrânia, ressaltou Lavrov.
No decorrer da conferência de imprensa, Lavrov chamou de rumores as informações da mídia sobre supostas negociações directas entre a Rússia e a Ucrânia, observando que não será a Ucrânia a decidir quando o conflito deve terminar.
Ele observou ser evidente para todos que não é a Ucrânia que vai decidir quando parar o conflito e discutir seriamente as condições realistas. “É claro que devemos falar sobre isso com o Ocidente”, disse o ministro. Situação tensa no Oriente Médio.