A secretária da Organização da Mulher Angolana (OMA) no Cuando Cubango, Celícia Bimba Incha, reafirmou neste final de semana, na comuna do Jamba Cueio, a 120 quilómetros a sul de Menongue, o seu compromisso e determinação na luta contínua pelos direitos das mulheres e igualdade do género, para a sua melhor inserção na sociedade.
Cecília Bimba Incha reiterou este desafio quando discursava no acto de abertura das actividades do 10 de Janeiro, dia da fundação da organização, que decorre sob lema: “Mulher Angolana: comprometi- da com o desenvolvimento socioeconómico do país”. Na ocasião, destacou o empenho empreendido pelas heroínas anónimas e conhecidas, muitas vivas e outras já desaparecidas fisicamente, pela sua dedicação à causa das mulheres.
Lembrou que o dia 10 de Janeiro de 1962 derivou da força e estratégia das mulheres que faziam parte do grupo de angolanas militantes e guerreiras do MPLA, exiladas no ex-Congo Belga Leopoldville, onde decidiram criar, em 1956, a associação de carácter humanitária e de solidariedade, para ajudar os refugiados a que denominaram “Kudia Ngo”, que traduzido para o Português significa “come só”.
Sublinhou que a principal contribuição das mulheres estava ligada às tarefas do domínio sanitário, agrícola, produção de alimentos para os guerrilheiros e actividades escolares, com destaque para a alfabetização e formação de quadros. Explicou que em 1960, depois de observar a capacidade das mulheres e tendo em conta o grande trabalho desenvolvido, o MPLA manifestou o seu reconhecimento e orientou para o surgimento de uma organização feminina que defendesse os direitos das mulheres.
Referiu que com a chegada de alguns membros do MPLA a Leopoldville, provenientes da Guiné Conacry e orientados por Matias Minguês e Viriato da Cruz, em Setembro de 1961, foram mobilizados mais mulheres para o seu enquadramento na organização, tendo culminado com a data oficial da sua fundação aos 10 de Janeiro de 1962.
No quadro das actividades agendadas para saudar a efeméride, procedeu-se à entrega de um enxoval ao primeiro bebé nascido na maternidade provincial do Cuando Cubango, fez-se a deposição de uma coroa de flores ao túmulo do soldado desconhecido e está prevista a realização de uma mesa redonda na Rádio Cuando Cubango, palestras, entrega de certifica- dos de mérito, entre outras actividades