Washingtonestá a enfrentar dificuldades para forjar uma resposta adequada aos ataques houthis a embarcações no mar Vermelho, afirmou a Bloomberg, citando fontes familiarizadas com o assunto.
Os motivos seriam as opiniões contrárias dos seus aliados na região, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, afirmou a publicação, que teriam posicionamentos opostos em como lidar com o grupo que controla o Norte do Iêmen.
Actualmente, os Estados Unidos estão a pensar em responder militarmente aos houthis, que têm frequentemente disparado contra embarcações na região, sejam militares ou de comércio.
É esperado que Lloyd Austin, chefe do Pentágono, anuncie o início de uma operação ainda nesta semana para lidar com o grupo militar. No entanto, segundo a Bloomberg, o governo dos EUA está mais interessado em resolver o problema através da diplomacia.
Essa opinião é compartilhada pela Arábia Saudita, que teme que novos actos beligerantes ponham fim à trégua alcançada na guerra civil do Iêmen.
Já os Emirados Árabes pedem uma resposta mais incisiva por parte dos Estados Unidos, desejando que respondam militarmente e que classifiquem os houthis como terroristas.
Os EUA estariam em contacto com o governo houthi através de intermediários de Omã. Os contactos foram confirmados por um porta-voz do grupo rebelde.
No entanto, o grupo mantém a sua posição de continuar os ataques até o fim das acções militares israelitas em Gaza. Graças ao seu controlo sobre o Norte do Iêmen, os houthis têm posição privilegiada na entrada do mar Vermelho, que dá acesso ao canal de Suez, no Egipto. Isso fez com que o preço dos seguros das embarcações crescesse exponencialmente nas últimas semanas.
Algumas empresas de navegação já redireccionaram os seus navios de modo a não passar pela região.
A Mediterranean Shipping Company (MSC), maior empresa de contentores do mundo, anunciou que os seus navios vão passar a fazer a rota do Cabo da Boa Esperança, na África do Sul. Isso vai aumentar os custos dos fretes ao redor do mundo, uma vez que o caminho é bem mais longo.
A dinamarquesa Maersk e a francesa CMA CGM também anunciaram que vão evitar passar pelo mar Vermelho, enquanto a Orient Overseas Container Line (OOCL), com sede em Hong Kong, parou de aceitar cargas de e para Israel até o fim do ano, devido a “problemas operacionais”.