Após declarações contundentes durante a campanha presidencial de que a Argentina não teria relações com países comunistas se fosse eleito, o agora mandatário argentino, Javier Milei, procura dar continuidade a um acordo bilionário firmado entre a China e o governo anterior, de Alberto Fernández.
Nas últimas horas, Milei enviou carta ao seu homólogo chinês, Xi Jinping, não apenas para reparar a diplomacia que esteve prestes a romper, mas, sobretudo, para não perder o processo de renovação do swap cambial com Pequim em yuans que equivale a USD 5 biliões.
Em Outubro, o Banco Central chinês disponibilizou USD 6,5 biliões ao país sul-americano pela linha de swap cambial, após uma reunião entre Fernández e Xi Jinping, em Pequim.
O dinheiro foi utilizado para pagar parte da dívida de USD 2,6 biliões com o Fundo Monetário Internacional (FMI). O primeiro contacto com Pequim ocorreu entre a chanceler argentina Diana Mondino e o enviado chinês Wu Weihua para a posse, no último Domingo (10).
Em Novembro, Milei agradeceu a carta de Xi Jinping parabenizando-o pela vitória. Milei não demorou em responder: “Agradeço ao presidente Xi Jinping as felicitações e os bons desejos que me enviou através da sua carta.
Envio os meus mais sinceros votos de bem-estar ao povo da China”. Milei chegou a afirmar, quando ainda candidato, que “não negociava a sua moral em troca de dinheiro” e que não faria “negócios com países “comunistas”. Entretanto, após assumir o mandato, no último Domingo, temse mostrado mais aberto a negociar com os países que criticou durante a campanha.
É o caso do Brasil. Apesar da posição crítica contra Lula, Milei manteve no cargo o embaixador Daniel Scioli, que tem linha ideológica diferente da dele.
Além disso, logo após o segundo turno, recém-eleito, ele enviou Mondino ao Palácio do Planalto para ratificar os acordos com o principal parceiro latino-americano da Argentina.