Um menor de 14 anos foi acusado de feitiçaria pela direcção da escola onde estuda, no município de Viana, em Luanda, pelo facto de ter feito um desenho não descrito, no interior da instituição. O caso consta do relatório semanal do serviço SOS-Criança, do INAC, referente à última semana
De acordo com o documento do Instituto Nacional da Criança (INAC), a criança foi encontrada a fazer um desenho no pátio da escola pelo agente de segurança da instituição, não identificada, que, por sua vez, encaminhou o menor para os dirigentes do complexo de ensino.
O relatório sublinha que a direcção entendeu que se tratava de uma criança feiticeira, facto que levou a castigá-lo, colocando-o trancado, sem roupa, no interior de uma sala de aula, onde foi abandonado por duas horas. “Em Viana, recepcionámos a denúncia de agressão psicológica e maus-tratos cuja vítima tem 14 anos, no interior de uma escola.
De acordo com a denúncia, o mesmo desenhou no pátio da escola e os seguranças, ao se aperceberem, levaram-no à direcção. Estes, por sua vez, acusaram a criança de feiticeiro, mantendo-o, sem “ Tão logo tomámos conhecimento do assunto, entrámos em contacto com o denunciante, que forneceu mais detalhes sobre a localização da agressora e, assim, com a intervenção do director municipal da Acção social e da Polícia do município de Talatona, foi possível proceder à detenção da madrasta e a criança acolhida temporariamente, até que, com a intervenção do pai, se possa localizar a mãe”, avançou.
Violações sexuais continuam
Por outro lado, no município de Viana, o INAC recebeu duas denúncias de abusos sexuais cujas vítimas foram crianças de 6 anos, entre as quais uma sofreu violação praticada pelo próprio tio, de 35 anos. O documento atesta que se trata de um acto recorrente, uma vez que a criança apresentava sinais de medo ao se deparar com o irmão da mãe. Um cidadão de 50 anos, no município de Belas, abusou sexualmente de uma menor de 12 anos, tendo-se, de seguida, colocado em fuga.
Por ouro lado, no município de Luanda, uma menina de 12 anos também foi vítima de abuso pelo seu primo de 30 anos. O implicado pôs-se em fuga, deixando a sua vítima a receber assistência médica em uma unidade hospitalar e apoio psicossocial no INAC. Na província do Huambo, o total de denúncias de violência contra criança fixou-se em 165, com destaque para oito de abusos sexuais, entre as quais o caso ocorrido no município do Alto Hama, cuja vítima foi uma criança de 3 anos, violada sexualmente por indivíduo de 43 anos.
Enquanto isso, no Bengo, foram 32 denúncias, sendo uma de abuso sexual, ocorrido na localidade do Panguila, onde foi vítima uma criança de 4 anos, que sofreu vio- lação praticada pelo padrasto, que se encontra detido. Da província litoral de Benguela o INAC recebeu 53 denúncias a darem conta de violação contra a criança.
Porém, destas, sublinhou uma de abuso sexual ocorrido no município do Bocoio, onde foi vítima uma criança de 10 anos, violada por um indivíduo de 36 anos. Por fim, no Moxico, uma menor de 15 anos ficou grávida como consequência de uma violação sexual cometida por um adulto, no centro da cidade. De acordo com a denúncia, o indivíduo aproveitou-se da vulnerabilidade da vítima quando esta saía da escola e ofereceu-lhe boleia no seu carro.