Um grupo de jovens guineenses manifestou-se, ontem, diante da sede da Comunidade Económica de África Ocidental (CEDEAO), na Guiné-Bissau, para apelar à anulação do decreto do Presidente Umaro Sissoco Embaló de dissolução do Parlamento
A CEDEAO realiza hoje em Abuja, na Nigéria, uma cimeira na qual, entre outros assuntos, vai debater a situação política na Guiné-Bissau, onde, no passado dia 04, o Presidente Umaro Sissoco Embaló dissolveu o parlamento.
Os jovens, maioritariamente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), apelaram com um megafone, que a CEDEAO “tome uma posição clara sobre a Guiné-Bissau” na cimeira em que participa Sissoco Embaló.
O PAIGC, que liderou a coligação vencedora das últimas eleições legislativas de Junho e que governa o país desde então, tem considerado que o decreto que dissolveu o parlamento “é ilegal e inconstitucional” por desrespeitar o prazo estabelecido na Constituição.
O líder do PAIGC, que é também presidente do parlamento, Domingos Simões Pereira, tem repetido que a Constituição exige que o órgão não possa ser distribuído antes de 12 meses das eleições legislativas.
O Presidente guineense evocou a existência de uma grave crise institucional no país e uma tentativa de golpe de Estado no passado dia 01 para no dia 04 dissolver o Parlamento, que acusa de ser o foco da instabilidade.
Na manifestação dos jovens, apela-se à CEDEAO para que “mande anular o decreto presidencial” e “reponha a ordem democrática” na Guiné-Bissau.
“Não queremos a violência, apenas queremos a justiça e a democracia”, referem os manifestantes que empunhavam cartazes onde se podiam ler que o decreto presidencial “é nulo” e que a “CEDEAO não pode falhar com a Guiné-Bissau”.
Os manifestantes pedem também que a CEDEAO “faça respeitar a Constituição e o voto” dos guineenses.
A CEDEAO é composta por Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Côte d’Ivoire, Gâmbia, Ghana, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Serra Leoa, Senegal e Togo.
No Sábado, o mesmo grupo de jovens realizou uma manifestação em frente à sede das Nações Unidas, em Bissau, para fazer as mesmas exigências.