Sou daqueles que pensam que uma mulher pode fazer tudo o que um homem faz, seja no trabalho, na política e principalmente no desporto.
Confesso que me senti triste com as duas “cabazadas” que as nossas senhoras do futebol levaram diante da Selecção da Zâmbia, referente às eliminatórias de apuramento ao CAN da categoria.
Normalmente, nunca sou radical nas minhas acções e regras de vida, contudo, para o relançamento do futebol feminino no país, peço que se aposte em primeira instância na formação de todos intervenientes na cadeia, como jogadoras, treinadores, dirigentes, etc., etc., e, imediatamente, se exclua da alta competição a Selecção feminina.
Pude constatar que grande parte das jogadoras tem debilidades técnicas básicas e não existe uma cultura táctica enraizada na equipa nacional.
Por isso, não haverá treinador, por mais competente que seja, que consiga fazer “omeletes sem ovos”. Porque não apostar em competições internas, com a separação de escalões (iniciados, juvenis, juniores e seniores), e, só depois, então partir para provas regionais e continentais? Está-se a fazer precisamente o contrário, exibir-se a nível internacional sem que haja no país um campeonato, nem sequer um torneio regular.
A roda já foi inventada, e não é pecado copiar os bons exemplos, desde que se encaixem à nossa realidade e princípios competitivos.
Com o bónus financeiro que a FIFA atribui regularmente, será possível proceder à abertura do futebol feminino nos principais clubes do país, como o Petro, 1.º de Agosto, Interclube, Kabuscorp, Sagrada Esperança e outros, e assim criar-se uma base competitiva sustentada com padrões universais.
É melhor fazer-se um “reset” agora, organizar a “casa” e posteriormente regressar em grande à alta roda regional e continental, salvaguardando, assim, a honra da mulher angolana.
Por: LUÍS CAETANO
*Jornalista