O partido do antigo presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, nega a declaração do Serviço de Segurança da Ucrânia segundo a qual, Poroshenko foi, alegadamente, proibido de sair do país e indirectamente acusado de “ajudar” o Kremlin
Para sair da Ucrânia, o ex-presidente precisava de uma autorização da Rada – o parlamento -, que inicialmente obteve.
Mas o vicepresidente da Rada, Alexandr Korniyenko, explicou mais tarde que teve de cancelar essa autorização depois de ter recebido uma “carta” com a indicação “ultrasecreta” e como resultado Poroshenko foi detido na fronteira.
O conteúdo da carta não foi divulgado, mas o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) declarou que Poroshenko planeava encontrar-se com o “amigo de Putin”, o primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, e que de tal encontro poderia ser utilizado pelo Kremlin na sua propaganda.
O partido de Poroshenko, “Solidariedade Europeia”, negou a intenção de Poroshenko se deslocar à Hungria, afirmando que o antigo presidente iria visitar a Polónia e os EUA, para discutir “assuntos importantes” relacionados com a ajuda à Ucrânia.
Poroshenko segue os mesmos conceitos de política externa que o resto da Ucrânia: “Depois do dia 24 de Fevereiro e das atrocidades cometidas na Ucrânia, não se trata de negociar com a Rússia de Putin”.
De acordo com o partido, a “Hungria” foi utilizada apenas como desculpa para reprimir a oposição, uma vez que vários outros deputados do “Solidariedade Europeia” também foram proibidos de atravessar a fronteira.
O incidente foi mais um pretexto para a Hungria afirmar que a Ucrânia ainda não está preparada para aderir à União Europeia, foi o que escreveu no X, Zoltan Kovacs, secretário de Estado para a Diplomacia Pública e Relações
Receios em Zaporíjia
Entretanto, o Diretor-Geral da AIEA, Rafael Grossi, manifestou sérias preocupações quanto à se gurança da central nuclear de Zaporíjia, depois de este complexo nuclear ter sofrido um apagão total entre Sexta-feira e Sábado.
“O mais recente corte de energia externo é mais uma chamada de atenção para a precariedade da situação da segurança nuclear e da protecção da central, que pode ser afectada por acontecimentos muito distantes do próprio local”, afirmou Grossi. Este foi o primeiro apagão total desde 22 de Maio.
A central, ainda ocupada pela Rússia, viu-se cortada do fornecimento de energia na Sexta-feira à noite e teve de recorrer a geradores a gasóleo próprios. No Sábado de manhã o fornecimento foi restabelecido.