Apesar de não ter condições para o tratamento, o Hospital Central do Lubango recebe mais de 800 casos de pacientes com cancro que, nesta unidade, apenas recebem o diagnóstico. A falta de condições para o tratamento desta doença preocupa a direcção da unidade sanitária
Os casos de cancro registados anualmente no Hospital Central Dr. António Agostinho Neto, na cidade do Lubango, são de pacientes provenientes do centro e Sul do país, nomeadamente, das províncias de Benguela, Huambo, Cuando Cubango, Cunene e Huíla.
A informação foi avançada, ontem, pela directora-geral daquela unidade sanitária, Lina Antunes, tendo acrescentado que entre os tipos de cancros que ali chegam o destaque recai para o cancro do útero, da mama e da próstata.
Lina Antunes informou que, para além dos já citados, que afectam os dois géneros, foram igualmente registados outros tipos de origem hematológica, que afecta principalmente as crianças. Pela primeira vez, na região Sul do país, foi registado um caso de tumor cerebral, numa criança, o que preocupa as autoridades sanitárias da província.
O Hospital Central do Lubango dispõe apenas de equipamentos para diagnosticar a doença, sem, no entanto, garantir o seu tratamento. “Estamos preocupados com a área de Oncologia no Hospital Central do Lubango, é uma área em que temos algum défice, apesar dos investimentos que temos vindo a fazer.
Nós fizemos o diagnóstico, mas não tratamos, e, por semana, nós diagnosticamos de 70 a 80 casos. É deprimente dizer a um paciente que vem fazer algum exame que ele tem esta doença, porém não podemos garantir o tratamento”, deplorou.