A notícia da morte de cantora e compositora luso-cabo-verdiana abalou não apenas o mercado musical português e cabo-verdiano, mas os demais países da Comunidade de Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP).
A cantora luso-cabo-verdiana Sara Tavares morreu no último Domingo, 19, aos 45 anos, vítima de cancro no cérebro.
Numa altura em que estava a trabalhar em novas canções, com a finalidade de lançar novo álbum, tendo já gravado temas como Grog d’Pilha, Momentum, Presensa e Kurtidu, este último publicado em Setembro. Vários são os artistas, apresentadores e figuras públicas recorreram as suas redes sociais para manifestar a sua tristeza e consternação pela partida da artista que, no entender deles, ainda muito tinha a dar pela música lusófona.
Em sua conta nas redes sociais, a cantora Pérola lamentou o passamento físico da artista. “Foi-se uma das vozes mais bonitas que já ouvi. Um talento lindo e inspirador de se apreciar. Fazia a diferença.
Que Deus a tenha!”, escreveu. “Não consigo acreditar nisso. Sara Tavares, meu deus que tristeza!… Obrigada por tudo Sara!”, manifestou a Diva Ary, no seu instagram.
No Brasil, a cantora Maria Gadu, também reagiu à notícia da morte de Sara Tavares, através da sua conta no Instagram, descrevendo-a como “uma pessoa guerreira e muito amorosa”.
Salientou que as obras de Sara Tavares eram “músicas lindas de se ouvir”. “Lisboa sem nossos papos nunca mais será a mesma. Hoje se despediu de nós essa maravilha chamada Sara Taraves.
Que tristeza. Que tristeza. Sempre nos dizendo coisas bonitas”, escreveu. De Moçambique, o artista Stewart Sukuma escreveu, na sua conta na mesma rede social: “Perdemos hoje uma das intérpretes mais expressivas da lusofonia e do mundo.
Puro talento, alma pura, genuína. Sara Tavares vai ser sempre uma referência incontornável na vida de quem realmente preza a música e a poesia”.
Recorrendo também às suas redes sociais, o escritor José Eduardo Agualusa manifestou a sua tristeza, publicando um texto curto, acompanhando a fotografia de Sara Tavares ao lado do músico angolano Tô Sa’Med, em sua residência, em Maputo. “Há notícias que nos tiram toda a música”, escreveu.
Percurso brilhante, abortado por um cancro cerebral
Sara Tavares ganhou notoriedade ao sagrar-se vencedora do programa de talentos “Chuva de Estrelas”, emitido pela SIC, em 1994, imitando a cantora norte-americana Whitney Houston.
Um ano depois arrebatou o galardão do Festival da Canção, com o tema Chamar a Música, e representou Portugal na Eurovisão, ficando em oitavo lugar. No ano seguinte, isto é, em 1996, Sara Tavares brindou os apreciadores da sua música com o disco “Shout!”, contendo canções em crioulo e português.
De salientar que, dentre os discos por si publicados destacam-se “Mi Ma Bô” (1999), “Balancê” (2005) e “Xinti” (2009).
Este último acabou por ser um marco na sua carreira por ter sido lançado no mesmo ano em que descobriu que padecia do tumor cerebral que a afastou do mundo artístico por oito anos.
Em 2017voltou a surpreender os amantes da sua música, lançando o disco “Fitxadu” que lhe valeu a nomeação para o Grammy Latino, na categoria Melhor Álbum de Música de Raízes em Língua Portuguesa.