À semelhança do que fizera meses antes, quando realizou dois dias de trabalho no bairro Paraíso, no município de Cacuaco, o governador de Luanda, Manuel Homem, fez o mesmo no município de Viana, onde trabalhou no distrito urbano do Zango.
Um dos mais habitados bairros de Luanda, o Distrito Urbano do Zango, que no final da década de 90 e princípios de 2000, era tido apenas como uma zona em que seriam ‘desterrados’ os moradores da antiga Boavista e de outros bairros de Luanda.
Quando se fazia referência a este ponto de Luanda, incrustado no município de Viana, poucos acreditavam que se pudesse transformar num dos maiores e mais organizados projectos habitacionais do país. Do Zango 1, hoje existem outros zangos, incluindo o conhecido Zango 8 000, a mais nova centralidade da capital do país, situado às portas do recém- inaugurado Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto.
Em pouco mais de 20 anos, o Zango viu crescer de forma brusca a sua população e com isso as suas necessidades, em termos económicos, sociais e culturais, albergando no seu seio populares provenientes de vários municípios de Luanda e do país, assim como cidadãos estrangeiros de várias nacionalidades que se radicaram em Angola.
São alguns destes problemas com que se confrontou o governador Manuel Homem. Aliás, não poderia ser diferente. Quem por aquela zona vive, convive, visita parentes ou empreende sabe que um dos maiores problemas passa pela melhoria dos acessos, um quebra-cabeça que os moradores levantam sobretudo em períodos críticos como este de chuva em que os engarrafamentos apertam, piorando o já débil sistema de transporte público de pessoas na área.
Embora tenha tomado nota dos vários aspectos a melhorar, assim como avançado projectos para a concretização de muitos deles, a melhoria das vias de acesso e a construção de novas terá sido um dos momentos mais esperados pelos moradores desta circunscrição.
A melhoria de vários serviços e o crescimento da zona está, há muito, dependente também deste factor, sem desmerecer a melhoria no fornecimento de água, energia, saúde e outros serviços.
A esta hora muitos estarão expectantes quanto ao início da empreitada, cujos estudos, afinal, já estão em curso. Em fase eleitoral, muitos dos que aí habitam reclamavam inúmeras coisas, mas nunca deixando de lado a questão da mobilidade.
Quando estiverem concluídos e materializados os projectos em curso, muitos dos que não acreditavam no potencial crescimento deste distrito urbano, que no final da década de 90 era visto como palco de desterro de muitos que habitavam em condições precárias no centro de Luanda, poderão observar com outros olhos o Zango, que um dia poderá ser transformado em município.