O ministro da Economia e Planeamento, Mário Caetano João, defendeu, esta quarta-feira, 8, em Luanda, a necessidade de se continuar a desbloquear o potencial económico do país, transformando a riqueza potencial em riqueza real, com impacto socioeconómico sustentável
Ao discursar na abertura da 2.ª Edição do Angola Economic Outlook, o ministro sublinhou ser necessária a capacitação institucional e empresarial, devendo ter um capital humano à dimensão global. Mário Caetano João reiterou o compromisso do Executivo em manter um diálogo aberto e permanente sobre as melhores opções de políticas que impulsionem o desenvolvimento do capital humano, garantindo maior produtividade na busca pela segurança alimentar.
Em relação ao tema do evento, “o capital humano como factor decisivo para o desenvolvimento”, disse que antecipa e ao mesmo tempo traduz o foco de actuação do Governo, no médio e longo prazo, assente na “edificação do ser humano”, através da boa implementação dos seus principais instrumentos de planeamento. Referiu-se à Estratégia de Longo Prazo (ELP-2050) e ao Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-2027), recentemente aprovados e disponíveis ao público. Explicou que, do ponto de vista estratégico, o PDN 2023-2027 reconhece dois pilares de desenvolvimento: o desenvolvimento do capital humano e a segurança alimentar.
De acordo com o governante, estes pilares estarão norteando as escolhas públicas e proporcionando maior impacto de desenvolvimento. “Para o efeito, a definição de projectos de investimentos públicos e sua inscrição nos Orçamentos Gerais do Estado estará condicionada ao facto de estes gravitarem à volta dos dois pilares de desenvolvimento, respondendo a todo o momento, ex-ante e ex-post, como pretendem impactar a juventude, igualdade de género, sustentabilidade ambiental, aumento da receita fiscal, emprego, comunidades vulneráveis e melhoria do ambiente de negócio”, frisou.
Acrescentou que estas dimensões actuam como filtros de desenvolvimento no PDN, “pois não pode ser o Ministério da Juventude e Desportos o único responsável pela juventude de Angola. Todos nós, cada um à sua dimensão, temos de equacioná-la a todo momento”. Disse ainda que o Executivo continua comprometido com as melhores opções que proporcionem medidas e políticas a serem adoptadas para tornar a economia diversificada, inclusiva, resiliente e próspera, visando o bem-estar dos cidadãos.
Contexto da economia
Mário Caetano João diz que o contexto da economia internacional continua a ser assolado por um conjunto de eventos, nomeadamente tensões geopolíticas, mudanças climáticas, crises energéticas e alimentares, assim como catástrofes naturais, que tornam lenta a recuperação da economia mundial. Citou os dados do FMI, apontando que em 2024 o crescimento da economia mundial sejá de 3%, desacelerando 0,5%, em relação ao desempenho de 2022, devido à retracção das economias avançadas e ao declínio modesto nas economias emergentes e em desenvolvimento.
Contudo, continuou, as perspectivas de crescimento para a África subsariana são de recuperação da actividade económica em 2024, ainda que prevaleçam grandes desafios, tais como altas taxas de inflação, com impacto sobre o preço dos empréstimos bancários, a depreciação da moeda, a contracção do financiamento ou o alto crescimento populacional que corrói os rendimentos per capita e que deverão continuar a implicar medidas de política económica activa. As reformas em curso no país ajudaram a remover um conjunto de desequilíbrios internos para melhor resistir aos desequilíbrios externos de que a economia padecia. Segundo o ministro, espera-se registar os três anos consecutivos de crescimento económico.