Cinquenta mil e 612 casos de tuberculose (TB) foram notificados, de Janeiro a Setembro deste ano, em todo o país, revelou ontem, em Luanda, o secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Pinto de Sousa
O governante explicou, falando no encontro de consenso e validação do Plano Estratégico Nacional de Tuberculose para o período de 2023 a 2027, que deste número três mil e 509 são crianças menores de 15 anos e outros três mil e 87 são casos de co-infecção de tuberculose e VIH.
Importa salientar que, segundo a Angop, em 2022, Angola notificou 69.259 novos casos de tuberculose, de todas as formas. Segundo Carlos Pinto de Sousa, o elevado “fardo” de morbilidade e mortalidade tem consequências negativas para a saúde e para a economia das famílias e comunidades, o que afecta o desenvolvimento nacional, devido ao absentismo escolar, laboral e a perda de produtividade.
Informou que, para minimizar e reduzir os casos, o Ministério da Saúde aposta na expansão da rede de serviços de tuberculose, que passou de 289 unidades, em 2018, para 355 em 2022. No mesmo período, acrescentou, registou-se um aumento do número de municípios com capacidade para diagnosticar e tratar de casos de tuberculose, que passaram de 111 para 155. Angola possui 164 municípios. De acordo com Carlos Pinto de Sousa, as 18 províncias do país estão dotadas de capacidade para diagnosticar a tuberculose fármaco-resistente.
Realçou que existem ainda muitos desafios no processo de expansão da rede de serviços de atendimento à tuberculose, dando como exemplo o aumento do acesso descentralizado ao diagnóstico e tratamento, a realização de consultas de seguimento e fornecimento gratuito e ininterrupto da medicação supervisionada, o reforço da parceria para expandir o DOT-Comunitário, entre outras.
Neste processo, o secretário considerou fundamental a colaboração activa de todos os actores, particularmente dos diferentes departamentos ministeriais e parceiros sociais. “Juntos podemos garantir a sustentabilidade no diagnóstico precoce e no tratamento oportuno e interrupto, para pôr fim à doença”. Reiterou que o Ministério da Saúde vai prosseguir com as acções de combate à tuberculose.