Só produzir não é suficiente, é necessário que os bens cheguem aos consumidores finais onde quer que eles estejam, sendo imperioso a criação de condições para que os bens alcancem toda a população, de Cabinda ao Cunene, através de um conjunto de ações e procedimentos realizados pela actividade da logística e distribuição, que constitui um elo de ligação entre a produção e o consumo. Muito se fala da produção e pouco ou nada se fala da gestão de stocks, distribuição e do aproveitamento que podem retirar da tecnologia, visando a satisfação das necessidades colectivas.
O desafio é aproveitar as ferramentas tecnológicas para gerir e distribuir os bens para toda a população angolana, do campo para cidade e da cidade para o campo. Actualmente, a maioria das actividades exercidas pelo homem dependem, directa ou indiretamente, da tecnologia e do fluxo de informação, em que se destaca a internet e a inteligência artificial, que propulsionam e cutucam a inovação e a criatividade.
O grande exemplo do impacto da era da tecnologia são as redes sociais (Whatsap, Instagram, Facebook etc.), que têm desafiado as operadoras de telecomunicação, as Mídias tradicional e até ameaçado governos e nações, revolucionando a forma como nos comunicamos, produzimos e comercializamos.
Mas não é apenas nos sectores da telecomunicação e mídia que têm sido desafiados pela tecnologia, a área de logística/distribuição não está desassociada à “invasão” da tecnologia e da informação, que têm oferecido ferramentas fundamentais que permitem o controlo dos materiais e o fluxo de informação eficiente, o que revolucionou todo o processo logístico, tornando tal actividade cada vez mais eficaz, controlável, reduzindo os custos e constituindo um alicerce para a manutenção do negócio das em presas e, garantir o acesso rápido aos produtos pelo consumidor final e consequente satisfação das necessitadas colectivas.
A era da tecnologia propulsionou Softwares e Ferramentas de gestão logísticas como: WMS (Warehouse Management System ou sistema de gestão do armazém); TMS (Transportation Management System ou sistema de gestão de transporte); Código GSI Data Matrix (Código Bidimensional); Leitor de código de barras; Colectores de dados e outras ferramentas tecnológicas que auxiliam a actividade logística na prossecução dos seu objectivos, permitindo a melhor concretização dos seus fins.
Na vertente empresarial, a logística é entendida como administração dos fluxos de bens, serviços e da informação associada que os coloca em movimento, buscando sempre abreviar a distância e o tempo que separa a produção do consumo, de modos a satisfazer de forma mais eficaz às necessidades dos consumidores e aumentar a rentabilidade das empresas. Sendo uma actividade de movimentação e armazenamento, que facilitam o fluxo do produto desde o ponto de aquisição até ao ponto de consumo final, assim como o fluxo de informação que colocam os produtos em movimento, com o propósito de prover níveis de serviços adequados aos clientes e no mínimo custo.
A actividade logística pode ser dividida, dentre outras, em duas actividades:
Gestão de Stock: Refere-se ao acto de gerir os recursos, materiais, equipamentos, património, imobilizados, detentores de valor económico e destinado ao suprimento das necessidades futuras de material nas organizações. A gestão de stocks deve manter os recursos armazenados expressos pelo inventário da empresa, em constante equilíbrio em relação ao nível económico dos investimentos.
Distribuição E transporte:
Se refere aos mais diversos métodos, vias e mecanismos para a movimentação dos produtos de forma racional, segura, eficiente e com o mínimo custo. Geralmente, a actividade de transporte, em média, absorve dois terços dos custos logísticos, por isso a importância de escolher o melhor método, rota e capacidade dos meios, visando minimização de custos e maximização dos lucros, uma vez que, tal actividade adiciona valor ao produto. É por meio dela que os bens chegam até ao consumidor final, aproximando assim, os inúmeros produtores, através da utilização dos canais de distribuição. O fim último da logística é dispor os recursos necessários para o processo produtivo ou venda, com qualidade e quantidades adequadas, tempo certo e no menor custo.
O processo logístico contribui decisivamente para a competitividade de uma organização, influenciando o preço dos produtos, a rentabilidade da empresa e a sua sobrevivência. Um dos temas mais interessante da era da tecnologia é identificarmos a influência do fluxo de informação, o seu impacto, bem como a qualidade dessa informação, em todo o processo logístico. O uso de ferramentas quantitativas e qualitativas que ofereçam subsídio directos para a actividade de logística é uma necessidade para qualquer organização, permitindo um fluxo de informação pelas diversas etapas do processo.
Todas as áreas de uma empresa estão directa ou indirectamente ligadas à logística e as suas actividades, sendo que essa recebe, processa, armazena e gera uma enorme quantidade informação. Essas informações podem ser processadas manualmente, por planilhas eletrónicas ou estarem integradas por um sistema ou programa de computador que de forma tecnológica processa, partilha dados e informações com as demais áreas facilitando a tomada de decisão.
POR: Osvaldo Fuakatinua