No dia em que viu o nome do seu pai imortalizado no novo Hospital Geral do Bengo, a nacionalista Luzia Inglês agradeceu o feito e reconheceu a iniciativa do Executivo que valoriza figuras nacionais cujo contributo é visível na luta pela libertação de Angola
Luzia Inglês Van-Dúnem, filha do antigo reverendo da igreja Metodista, Guilherme Pereira Inglês, cujo nome foi imortalizado no Hospital Geral do Bengo, louvou a iniciativa do Governo angolano a qual encorajou a continuar a relembrar outros filhos da terra. A nacionalista considerou a atribuição do nome do reverendo ao hospital uma vitória de todos os angolanos, e da Igreja Metodista em particular, uma vez que os angolanos desconhecem os feitos desta grande figura da história do país.
“Enquanto reverendo, o meu pai foi uma pessoa que procurou trabalhar sempre em prol da promoção do ser humano”, disse Luzia Inglês, lembrando que o reverendo era uma pessoa muito preocupada com o bem-estar do próximo. Lembrou que Guilherme Inglês sempre procurou defender os interesses de todos os angolanos, num período conturbado da história nacional, marcada pela ocupação colonialista. A preocupação com a defesa dos interesses patrióticos, segundo Luzia Inglês, rapidamente fez do reverendo um alvo a bater pelo opressor.
“Por isso, esta é uma homenagem merecida, pois, Guilherme Pereira Inglês foi no Bengo, concretamente na região do Piri, município dos Dembos, um grande contribuinte na luta pela independência nacional”, disse. Em nome da família, Luzia Inglês agradeceu, sobretudo, ao Presidente da República, João Lourenço, por ter tido a iniciativa de atribuir ao Hospital Geral do Bengo o nome do seu pai. “Porque foi aqui que o meu pai dedicou grande parte da sua vida, na educação e religião, até ser morto pelo colono português”, lembrou.
“Convivi com a Teresa Afonso” Do mesmo modo, considerou ser um reconhecimento merecedor a atribuição do nome de Teresa Afonso Gomes à centralidade do Bucula, de quem disse ter sido companheira de luta. “Convivi com Teresa Afonso Gomes na época da guerrilha, uma actividade que era vista apenas como de homens”, disse, acrescentando que, apesar disso, as mulheres angolanas sempre estiveram presentes nas horas em que país precisou do esforço de todos, sem excepção. Recordou que, das sete mulheres que, à época, se apresentaram para cumprir o serviço militar, uma delas era a homenageada.
Para além de Teresa Afonso, “Inga” disse ter convivido ainda com as nacionalistas Engrácia dos Santos e Lucrécia Paim, esta última cujos pais mantinham uma relação de compadrio. “Quando o meu pai saísse de Caxito muitas vezes hospedava-se aqui nos Dembos na casa da família Paim, porque eram compadres”, lembrou. Ademais, acrescentou, “e, se hoje se inaugura uma centralidade em nome de Teresa Gomes, é uma homenagem merecida e está de parabéns o Governo angolano”, concluiu.
Recorde-se que o Presidente da República, João Lourenço, procedeu na última segunda-feira, 6, à inauguração do Hospital Geral do Bengo, denominado Reverendo Guilherme Pereira Inglês, e a centralidade do Bucula, em homenagem a Teresa Afonso Gomes. As duas infra-estruturas, construídas de raiz no município do Dande, foram concebidas no âmbito do programa de combate à pobreza levado a cabo pelo Executivo angolano.