Relatório de Conjuntura Económica às Empresas revela que sector do comércio andou em sentido contrário às adversidades, mas empresas ainda debatem-se com os problemas do costume
Os produtos nacionais venderam mais que os produtos importados, apontam os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) referentes à conjuntura económica às empresas. Segundo os dados a que o OPAÍS teve acesso, os produtos de origem nacional representam mais de 57% do total de produtos vendidos, acima dos 43% do total dos produtos de origem estrangeira.
Os dados são relevantes e associados ao aumento de mais de 8% na venda de produtos nacionais, que o mesmo período do ano passado, rondavam os 48%, contra os mais de 51% de peso dos produtos importados. A evolução só não é mais positiva porque, como apontam os dados do INE, aumentou o número de empresas que registaram dificuldades do desenvolvimento das suas actividades em comparação com o período homólogo.
As empresas apontam como principais entraves do sector as dificuldades financeiras, os preços de venda demasiado elevados e a insuficiência da procura. Acresce-se a isto a ruptura de stocks, o excesso de burocracia e regulamentações estatais, como se pode ler no documento. Não obstante a isso, os dados relativos à conjuntura económica mostram que o comércio segue em sentido inverso ao mercado e ruma para terrenos positivos. Os dados indicam que o sector do comércio evoluiu positivamente no comparativo ao período homologo, ou seja, no mesmo período do ano passado e posicionou-se acima da média.
Segundo o documento recentemente publicado pelo Instituto Nacional de Estatística, a conjuntura económica é favorável para o sector do comércio. Chamado a falar sobre o assunto, o economista Faustino Mombica disse a OPAÍS que, enquanto o governo continuar olhar para os empresários como espectadores, não se vai ter a actividade empresarial devidamente apoiada. O economista vai mais além e explica que estes são alguns dos principais factores que levam a que o ciclo de vida das empresas seja curto e quase sem relevância para a economia real do país.
Mombica disse que pode parecer que não, mas “quando temos empresas a ter de pagar para serem empresas, dificilmente vamos observar o processo que é o de ver uma empresa nascer como uma coisa pequena, crescer e se tornar uma coisa grande”. Ainda assim, segundo o economista Faustino Mombica, percebe-se que é cada vez maior a apetência pelos produtos nacionais, e acredita que a preponderância dos produtos nacionais só não é maior por conta da incapacidade concorrencial a que estão sujeitos os nossos produtores.
POR: Ladislau Francisco