O partido do “galo Negro” reafirmou o voto de confiança ao seu presidente para continuar a líderar a plataforma política não legalizada frente patriótica unida (FPU) como “garantia certa” à concretização da alternância do poder político no próximo pleito eleitoral
A informação consta do comunicado final da III reunião ordinária da Comissão Política da UNITA, que decorreu em Luanda, no último fim-de-semana. O evento, que decorreu sob o lema: UNITA – Sustentabilidade e crescimento para a vitória, esteve alargada aos 164 secretários municipais, inspectores do partido e convidados.
A III reunião ordinária da Comissão Política da UNITA aprovou ainda o relatório anual do secretariado executivo do Comité Permanente da Comissão Política, referente ao período em análise, bem como o plano de actividades para os próximos anos. Reconheceu, com satisfação, o crescimento do partido e encorajou os seus órgãos, a todos os níveis, a alimentar o vínculo com as bases e continuar a investir na melhoria dos níveis de mobilização do eleitorado.
A reunião deliberou também sobre a necessidade de se continuar a sensibilizar os membros, simpatizantes e amigos da UNITA a manterem a acutilância e participação activa em actividades de cidadania para o alcance da alternância nas eleições de 2027. Exortou ainda os membros do partido a tomarem iniciativas de preservação do meio ambiente e a colaborar com instituições vocacionadas na conservação da natureza.
Por outro lado, recomendou que a 28º Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a mudança do clima (COP28), a ter lugar de 30 de Novembro a 12 de Dezembro, no Dubai, produza um compromisso que venha a engajar, efectivamente, todos os Estados do mundo em programas de protecção da vida na natureza.
Política doméstica
Sobre a situação política, social e económica do país, a III reunião ordinária da Comissão Política da UNITA saudou e apoiou a réplica política à mensagem sobre o Estado da Nação, proferida recente- mente pelo seu líder. O documento final da reunião do órgão deliberativo deste parti- do político manifestou, igualmente, “preocupação com o agravamento diário da fome e da miséria da população angolana”.
Com isto, a UNITA considerou que o combate à fome e à pobreza passa pela adopção de políticas públicas consistentes e duradouras que estimulem a produção interna de produtos da cesta básica e assegurem o seu escoamento. A UNITA prometeu mobilizar a opinião pública nacional e internacional para pressionar o Executivo, com vista à institucionalização das autarquias locais em Angola em 2024.
Os “maninhos” prometeram, por outro lado, denunciar “a grave regressão do Estado Democrático de Direito em Angola consubstanciada na censura, na exclusão dos actores políticos na oposição, nos órgãos estatais de comunicação social”. A denúncia, de acordo com o documento final, estende-se na “interferência dos tribunais na vida interna dos partidos políticos e na persistente ingerência do poder executivo nos órgãos dos poderes legislativo e judicial”.
Outrossim, reitera, em face do que este partido alega como grosseiras violações à Constituição e à lei, a oportunidade, validade e pertinência do processo de acusação e destituição do Presidente da República.
Sobre a situação diplomática
A III reunião ordinária da Comissão Política da UNITA saudou a participação do partido nas reuniões da Internacional Democrática do Centro (IDC), e a eleição da UNITA para uma das Vice-presidências da IDC – África.
Condenou “as graves interferências” no processo das eleições autárquicas em Moçambique pela FRELIMO, apela as autoridades ao respeito pela vontade dos eleitores expressa nas urnas e instou a União Africana (UA) e demais organizações internacionais a impor sanções ao governo e ao partido que o sustenta.
A UNITA exprime também preocupação face aos conflitos na Ucrânia, no Médio Oriente, no continente africano e apela a uma intervenção imparcial e determinante da comunidade internacional para uma solução negocia- da desses conflitos.