Para maior apreciação do livro lançado em 2022, a jornalista angolana Mwana Afrika foi convidada a apresentar a sua obra ‘O que a história ainda não contou’ na sexta edição do ‘Encontro de Escritores Baianos’, a decorrer no Centro Cultural Casa de Angola neste estado brasileiro, nos dias 17 e 18 do mês corrente
O livro apresenta um vasto repositório da cultura, ciência, etnografia, filosofia, artes, tradições e figuras históricas do continente berço da humanidade, que vai estar disponível aos leitores nesta actividade que conta com o apoio da Casa de Angola no território brasileiro. Este trabalho é tido como o primeiro livro da série, que reúne conteúdos resumidos em tópicos curiosos sobre África considerados necessários para o enriquecimento do conteúdo programático dos sistemas de ensino escolar e não só.
No prefácio da obra, o escritor José Luís Mendonça refere que, “ao abrirmos o livro, se entra num vasto repositório da cultura, ciência, etnografia; tal como entramos, fechamos a última página, deslumbrados com a profusão de informação compreendida numa pequena brochura”. O curador do evento, Roberto Leal, em conversa com OPAÍS, assinalou que a angolana possui uma obra considerada de grande relevância, por abordar aspectos relacionados, também, com Bahia, o estado do nordeste brasileiro, onde reside um grande número de afro-descendentes.
“Ela tem um livro de muita importância, que nos leva a desvendar segredos de África, e a Bahia, cidade mais negra fora da África, quer ler. Na verdade, a participação faz parte de um intercâmbio entre países irmãos com o objectivo de difundir culturas”, disse o também escritor ao OPAÍS. Pelo que consta, Salvador da Bahia é a cidade mais negra do Brasil, país onde vive a maior comunidade de afro-descendentes do mundo fora de África. Tradições africanas são conservadas e recriadas nesta cidade do nordeste do Brasil.
O evento
Realizado pela União Baiana de Escritores (UBESC) tem como objectivo buscar a integração, o intercâmbio e interactividade cultural, através da troca de ideias e ideais; divulgação de projectos; busca de parcerias; troca de publicações; divulgação de livros e revistas; assim como o incentivo à leitura. Durante a sua realização é ainda feita a integração dos artistas, a discussão em torno das dificuldades encontradas por escritores independentes na elaboração das suas obras.
A questão sobre a escassez de apoio cultural para a realização de eventos literários e a falta de políticas públicas específicas de promoção do livro e de autores baianos também têm merecido atenção nos debates. A ideia do encontro surgiu em 2010, cuja primeira edição foi realizada em Setembro. Desde o início já participaram vários escritores angolanos, como Vrackichakiri Abelardo, Rosalino Vandunem (in memoriam), José Ananias Sudi e Ngonguita Diogo.