No segundo trimestre de 2023, a conjuntura económica passou a ser desfavorável para as indústrias transformadoras, pois o indicador apresentou tendência negativa em relação ao mesmo período
As obras públicas cresceram cerca de 68,7% das actividades económicas no segundo trimestre de 2023, de acordo com os dados mais recentes do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), um aumento de 5,1 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano passado.
No entanto, segundo o relatório da conjuntura económica às empresas nacionais no segundo trimestre deste ano, os empresários relataram um aumento nos constrangimentos, como a insuficiência da procura e a dificuldade em obter crédito bancário, que afectaram vários sectores, incluindo a indústria transformadora, o turismo e o comércio.
No trimestre em referência, os produtos comercializados foram maioritariamente de origem nacional, representando 57,1%, quando comparado com o mesmo período do ano passado, onde observa-se um aumento de 8,7 pontos percentuais.
As dificuldades financeiras, segundo o documento, os preços de venda demasiado elevados e a insuficiência da procura, foram os principais constrangimentos registados no sector.
A ruptura de stocks, o excesso de burocracia e regulamentações estatais, também limitaram as actividades das empresas.
No turismo, não obstante a permanência do indicador acima da média da série, a conjuntura económica passou a ser desfavorável para as empresas do sector do turismo, pois o indicador apresentou tendência negativa.
A evolução negativa do indicador em relação ao trimestre homólogo resultou do comportamento desfavorável das variáveis da actividade da empresa e perspectiva de emprego.
Quanto às limitações das actividades, constatou-se que menos empresas registaram constrangimentos ao desenvolverem as suas actividades em comparação ao mesmo período de 2022.
Conjuntura económica desfavorável para as indústrias
De acordo com os dados obtidos no segundo trimestre de 2023, o clima económico permaneceu favorável, pese embora a tendência descendente.
O indicador de confiança evoluiu positivamente em relação ao período homólogo e permaneceu acima da média.
A conjuntura económica, segundo o documento, passou a ser desfavorável para as indústrias transformadoras neste trimestre, pois o indicador apresentou tendência negativa e evoluiu negativamente em relação ao período homólogo.
A evolução negativa em relação ao mesmo período resultou do comportamento desfavorável da produção actual, das boas perspectivas de emprego e produção nos próximos três meses.
No parecer dos empresários, citados pelo relatório, mais empresas registaram constrangimentos ao desenvolverem as suas actividades em relação ao período homólogo.
Os principais constrangimentos registados pelos empresários foram a falta de água, energia e de mão-de-obra especializada, bem como a de matéria-prima, as dificuldades financeiras e as frequentes avarias mecânicas nos equipamentos.
O documento sublinha que a parte dos sectores em análise permaneceram acima da linha média da série e apresentaram conjuntura económica às empresas favorável, ou seja, o ambiente de negócios no trimestre em referência é favorável.
Apesar da permanência do indicador de confiança acima da média da série, a conjuntura económica às empresas é desfavorável para o sector da indústria transformadora e do turismo, pois os indicadores apresentaram tendência negativa e evoluíram negativamente em comparação ao trimestre homólogo.
Entretanto, a conjuntura económica às empresas é favorável para os sectores da construção e da comunicação, pois os indicadores apresentaram tendências positivas, evoluíram favoravelmente em comparação ao trimestre homólogo e permaneceram acima da média.
Por: Francisca Patente