Todos nós somos, de alguma maneira, hóspedes das situações por que passámos, todas elas, também, momentâneas.
Há um estado irrevelável, uma espécie de segredo de Estado, diriame um amigo, causarias mortes, por isso, enamore o silêncio, nesta cíclica atmosfera.
A sala está apetrechada de imagética com a concepção divina, toda bemsucedida, uma criação indivisível, susceptível de contemplação, mas resisto, ainda assim, à doçura do temporal.
Tal é a largura do corredor, que canso de observar a dimensão física que o desenho apresenta e a cor que ilumina o canto esculpido da pintura à vista, e, à beira, sopra-me um frenesi soslaio, mas me recomponho e absorto o som romântico do vento e a calma sinuosa do tempo, que tenta desvendar a origem do vendaval.
Um médico temperamental aparento, que pode fornecer a cura, mas não a receita e, resisto ao grito terapêutico que me acompanha, sedutor e bem-sucedido. E se me permitissem transportar pela roleta das escolhas? Faria a certeza das infundadas insinuações.
Sou melhor que as esferas e faço, sempre que chego ao hospital, um salto maior, que instaura o silêncio das suas construções.
Cavalgo alucinante na poluição sonora das tentações mas a memória, por mais desfeita que esteja, resiste por uma visão futurista da solidez. E, desta vez, no hospício da solitude, para que a luz me encontre aí.
Do alto, uma voz apelou paciência, com P e ciência dos sábios, um sinal óbvio de libertação da camisa de força que me abriga.
Devo admitir, fui esculpido de carne, há telas que me arremessam a cabeça e todos os órgãos cerebrais imitem descontinuidades técnicas, evito, pois, de repente, através de um instinto metafísico.
Um montanhoso círculo de feras, desleitadas pelo sino dos pássaros e pela brancura do olhar, sem, claro, evidenciar, a calma ciprestal da ambulância, que as inquietava.
Na cave das certezas do médico, o amor e o perdão se conjugam e devem prestar cultos às vivências diárias, mas essa dicotomia é o espelho da alma que se revisita.
No universo, sente-se o ente em rotação, na estrutura metálica que dá fôlego aos oásis, onde estão concentradas as polifonias que o atormentam, que o desviam e contradizem as suas aspirações para a redenção, diz-se que uma sacola madura é feita de colecção erros.
Por: ADILSON TORRES SOLUNDO