O Ministério Público (MP) junto do Tribunal de Comarca do Chitato, na província da Lunda-Norte, ordenou o arquivamento do processo-crime contra o director do Museu Regional do Dundo, Ilunga André, por insuficiência de provas do crime de furto qualificado
Apeça desapareceu depois do falecimento de um funcionário daquela instituição, que era o responsável pelas chaves do cofre onde estavam depositados a máscara e diamantes destinados para uma exposição especial.
Depois de uma investigação aturada, o SIC recuperou as máscaras Mwana Pwó, a estatueta Samanhonga (Pensador), jóias preciosas, quatro lotes contendo mil e 879 pedras de diamantes, que terão sido roubadas do Museu.
De acordo com o despacho de abstenção do Ministério Público, enviado à Angop, foram igualmente arquivados os processoscrimes contra os outros dois funcionários do Museu, indiciados no mesmo crime.
O despacho ordena também a devolução ao Museu dos meios apreendidos e a cessação dos impedimentos e restrições que haviam sido aplicados aos indiciados.
Segundo o MP, após a avaliação dos autos, verificou-se que os indícios, “já fracos desde o início”, se fragilizaram ainda mais e a prova colhida na instrução demonstrou claramente que o facto criminoso não existiu e tratavase de um delito aparente.
“A suspeita de que o cofre foi arrombado para subtrair os supostos diamantes cai por terra, porquanto, os arguidos arrombaram o cofre porque o funcionário que tinha as chaves e os códigos faleceu em Março e havia receio de as mesmas caírem em mãos estranhas”, lê-se no despacho.
O despacho acrescenta que a decisão do arrombamento foi tomada numa reunião do conselho de direcção da instituição, porque se aproximava o Dia Internacional dos Museus e havia necessidade de se preparar uma exposição com os diamantes e as peças valiosas que se encontravam no cofre.
O documento refere que as supostas pedras de diamantes foram examinadas por especialistas da SODIAM e do Corpo Especial de Segurança do Mineral Estratégico, tendo sido concluído que eram falsas, ou seja, simples réplicas.
O Museu do Dundo possui nove mil peças etnográficas e prevê, para breve, a recolha de outras que se encontram em posse de pessoas ligadas à arte e detentoras de colecções.
Entre os artigos culturais expostos, sobressaem a estatueta do Samanhonga (Pensador) que se tornou num símbolo nacional, as máscaras Mwana Pwó (que retratam a beleza feminina), Mukishi wa Mwanangana (palhaço do rei) que corresponde ao sacrifício sagrado e representa os antepassados do chefe tribal, bem como os instrumentos musicais: Ngoma (batuque ou tambor) e puita.