Uma delegação da comissão nacional eleitoral da Namíbia, composta por comissários e directores, encabeçada pela sua presidente, Elsie Nghinkembua, está em Angola até ao dia 27 de Outubro, para uma visita de trabalho, com o objectivo de compreender e aprofundar como foram realizadas, com sucesso, as últimas eleições gerais em Agosto de 2022
Durante a visita, Elsie Nghinkembua e sua delegação receberam, no primeiro contacto com a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) de Angola, explicações em relação ao processo eleitoral na instituição dirigida por Manuel Pereira da Silva “Manico”, cujo saldo foi considerado positivo. Ontem, a CNE apresentou à sua congênere a forma como conduziu todo o processo eleitoral, desde o recrutamento do pessoal, formação, o engajamento dos partidos políticos e da imprensa, a gestão do registo e dos cadernos eleitorais, a votação, até à divulgação dos resultados eleitorais.
De seguida, a delegação teve uma visita guiada, com destaque para o centro de escrutínio. No fim do primeiro momento da visita, realiza- da na manhã desta Terça-feira, Elsie Nghinkembua disse aos jornalistas que está em Angola para “beber” da experiência, tendo em conta que o seu país realiza eleições no dia 24 de Novembro do próximo ano, 2024.
A responsável salientou que a Namíbia, na qualidade de observador, acompanhou as eleições de Agosto de 2022, que Angola realizou, e ficou impressionada, sobretudo, pela velocidade como a Comissão Nacional Eleitoral divulgou os resultados. A presidente da Comissão Eleitoral da Namíbia informou ainda que procurou também junto da CNE inteirar-se sobre as leis eleitorais, por entender que os normativos determinam quem, quando, onde e como devem ser realizadas as eleições.
Elsie Nghinkembua reconheceu que o seu país precisa ainda melhorar alguns aspectos e com a experiência de Angola levará certamente mais conhecimentos sobre matérias eleitorais. A presidente da Comissão Nacional Eleitoral da Namíbia destacou, por outro lado, os bons laços de amizade existentes entre os dois países e, por isso, decidiu buscar conhecimento no país vizinho, sem precisar de recorrer a outras geográfias. Elsie Nghinkembua, além de presidente da Comissão Eleitoral da Namíbia, é também a presidente do Comité Executivo do Forúm das comissões parlamentares da SADC. Nesta qualidade, defendeu estabilidade na região que pensa dependerem da realização de eleiçoes bem organiza- das.
De salientar que Angola está na sua quinta legislatura desde 1991, sendo que deste período a 2008 houve um interregno na sequência da guerra civil que envolvia o Governo e as então FALA, braço militar que suportava a UNITA. Até a aprovação da Constituição da República, em 2010, as eleições em Angola passaram a ser regulares num intervalo de cada cinco anos.
POR: José Zangui