Neste que será o regresso das suas actividades culturais, a “Companhia Horizonte Njinga Mbande” pretende resgatar o projecto “Rota da Fama”, em Dezembro do ano corrente, com a estreia do espectáculo “A Virgem”, no seu auditório
Através desta exibição que se enquadra nas celebrações do seu 37º aniversário, a companhia almeja chamar a atenção às sociedades para o resgate dos valores morais e cívicos.
Com esta iniciativa, o grupo pretende apostar na formação juvenil através de formação cultural para o seu profissionalismo. Direccionada aos jovens e crianças, o projecto englobará diferentes actividades culturais ligadas à literatura, poesia e teatro com o intuito de servir como estímulo para a preservação da cultura nacional.
Uma actividade que vai permitir a profissionalização artística dos jovens, e a expansão dos seus trabalhos, disse o porta-voz do grupo, Aldemiro Benjamim.
“Estamos a celebrar o nosso 37º aniversário. Embora tenhamos um grupo infantil na companhia, o Njinga Mbande, pretendemos com a continuação deste projecto, que engloba aspectos juvenis, permitir ainda mais a profissionalização dos jovens, visto que estes precisam de um espaço de lazer que vai de acordo às suas idades”, frisou.
O também actor adiantou que, o projecto ainda em fase de preparação, após quatro anos de paralisação, vai permitir a selecção de novos actores para a execução da iniciativa, uma actividade que a organização pretende estimular, preservando o teatro como base fundamental.
Novos projectos
Por outro lado, Benjamim contou ao OPAÍS que a companhia de arte prevê a criação de uma produtora, com a qual alemja expandir os seus trabalhos para o cinema nacional.
Com minisséries, roteiros de filmes e alguns temas escritos, o colectivo deseja abraçar o audiovisual (o cinema e a televisão), permitindo que as peças saiam dos palcos ganhem através destes.
Apesar de necessitarem de apoio financeiro para concretizar este objectivo, acredita ser necessária a formação de técnicos que possam actuar em novelas.
“Já estamos solidificados no teatro, teremos uma produtora, pretendemos emigrar agora para o cinema. Então, nesses últimos anos os desafios que o grupo tem é constituir a produtora”, acrescentou.
Por outro lado, a companhia pretende criar, simultaneamente, uma escola infanto-juvenil de teatro. Segundo o porta-voz, este projecto encontra-se estagnado por falta de patrocínios, assim como tantos outros.
“Quanto à criação da escola infantil de teatro, a intenção é também conseguirmos patrocínios. Além da Escola Njinga Mbande, temos em carteira três locais diferentes da cidade de Luanda, para que seja um ponto central”, disse o porta-voz.
Desafios nos 37 anos
Durante esses anos de existência, realizando sessões de teatro, sem excepção, segundo Aldemiro Benjamim, o grande desafio da companhia está em conseguir patrocínios para a expansão dos seus projectos.
Avançou que a companhia “luta, actualmente, para a existência de um teatro de prosperidade no país, na intenção de despertar nos jovens este amor pela arte, uma vez que os mesmos tendem a a inclinar-se nos aspectos negativos da sociedade”.
“Isso é uma forma de elevar a arte do teatro, principalmente para aqueles que trabalham de facto e dão o seu contributo à sociedade”, disse.
Para o também produtor, há necessidade do funcionamento da Lei Mecenas no país, para que se possa ajudar o teatro e a cultura em geral, uma vez que pode permitir o fomenta do teatro.
Criado a 8 de Outubro de 1986, o grupo é vencedor dos prémios Nacional de Cultura e Artes, na categoria do Teatro, em 2007, e Angola 30 anos, em 2006. Tem a sua sede no interior da escola Njinga Mbande, rua da Liga Nacional Africana.
É constituída por professores e estudantes dos diferentes níveis de ensino subdivididos em três escalões (seniores, juniores e infantis), tem como actividades principais o teatro, a dança, a música, o desenho e a pintura.
Tem uma companhia de dança Ballet Njinga Mbande e tem uma escola de formação para actores, operadores de câmara e editores de vídeo, e é proprietária de uma produtora áudiovisual.