O director-geral da Academia Diplomática Venâncio de Moura, Marcos Barrica, disse, ontem, em Luanda, que Angola é um parceiro incontornável na resolução de conflitos, a nível da sub-região da África Austral, devido à experiência alcançada ao longo do período de guerra civil
Marcos Barrica explica que os 30 anos de guerra e os 21 anos de paz efectiva, que o país regista, declaram uma experiência incontornável no ramo de negociação e resolução de conflito, a nível da União Africana (UA) e na Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), segundo a Angop.
O académico falava na cerimónia de abertura do curso da Unidade do Sul Global para Mediação, uma parceria entre a Academia Diplomática Venâncio de Moura e o Gabinete da Coordenadora Residente das Nações Unidas em Angola, em conjunto com outras agências da ONU, sob o tema “ Transformação de Conflitos, Mediação Internacional e Consolidação de Paz”.
O embaixador informou que um dos objectivos da formação é constituir um efectivo capaz de replicar e multiplicar o conhecimento aprendido e intervir nos lugares onde forem solicitados e também reforçar a capacidade de Angola na referida tarefa.
Disse que a formação dirigida a 40 quadros do MIREX, ligados a transformação e mediação de conflitos internacional, inscreve-se justamente nos objectivos da academia que é de formar e capacitar profissionais da instituição, mas também de outros departamentos ministeriais do país, sobretudo as instituições ligadas ao intercâmbio internacional e direitos humanos.
Referiu que as matérias que estão a ser ministradas serão uma ferra- menta teórica e prática a ser implementada pelos técnicos, de maneira a colocar na sociedade pessoas capazes de analisar, gerir, prevenir e negociar conflitos, quer nos lares, no seio familiar e em relações laborais.
Por outro lado , a conselheira política do Gabinete da Coordenadora Residente das Nações Unidas em Angola, Andreia Araújo, disse ser através do esforço e conhecimento dos angolanos que o país caminha para a prática de mediação e resolução de conflitos, contribuindo para que Angola se tornasse ainda uma referência no continente.
Durante a semana de formação, os participantes têm a oportunidade única de unirem o conhecimento académico e teórico com a experiência prática da mediação que culminará com uma reflexão sobre o papel de Angola na resolução de conflitos.
Para tal, disse que a oportunidade ampla associada ao conhecimento da política externa de Angola, em particular no continente africano, ou em organizações multilaterais, permitirá fortalecer a capacidade dos funcionários de carreira diplomática e outros órgãos públicos, relevantes no país, a apoiarem com as mais variadas ferramentas os esforços dos angolanos na mediação dos conflitos.
“Com isso, também transformar a vida das pessoas em países que sofrem ainda mais os efeitos nefastos dos conflitos”. A formação tem o termo previsto para Sexta-feira com a realização de uma conferência internacional.