O Presidente da República, João Lourenço, fala ao país naquilo a que a Constituição estabeleceu como ‘Estado da Nação’. Membros da sociedade civil, em Benguela, ouvidos propositadamente, querem do saber do Chefe de Estado se as políticas públicas delineadas estão ou não a ser eficazes, a julgar pela gama de problemas sociais que apoquentam os cidadãos
Sociedade civil em Benguela manifesta- se expectante quanto ao que pode vir a ser espelhado no discurso do Presidente sobre o estado da Nação, em estrita observância a um pressuposto constitucional. Cidadãos ouvidos por este jornal, entre jurista, economista, empreendedor e activista social, consideram ser oportunidade única para João Lourenço reconfortar o povo, uma vez que a carência de produtos da cesta básica tem relegado muitos a um estado de frustração.
Agora, por via desse mecanismo constitucional, embora o Presidente da República fale constantemente para o cidadão, João Lourenço tem, de resto, uma grande oportunidade para detalhar o que o seu Executivo desenvolveu em termos de políticas tendentes ao bem-estar social, segundo os entrevistados. O jurista Chipilica Eduardo refere que ao Presidente da República cabe mostrar os caminhos seguros para acalentar as esperanças dos cidadãos, não fosse ele o Mais Alto Magistrado da Nação e o garante do funcionamento das instituições do Estado.
“Sobre a saída desta crise que está a varrer as famílias de uma for- ma estrondosa, não há muita expectativa sobre aquilo que vai ser dito, mas a maior vai acontecer depois do discurso, que, infeliz- mente, não temos um debate público no verdadeiro sentido da pa- lavra, penerarmos de forma isenta e no interesse público o discurso que vai ser apresentado”, resume o também defensor dos direitos humanos em Angola.
O economista José Alfredo Sapi sugere que o Presidente reserve tempo suficiente na sua comunicação ao país para explicar o estado das finanças públicas do país, tendo em conta o cenário de crise vigente, sem perder de vista a entrada de novos players no mercado angolano. “Dizer, claramente, porquê é que, mesmo usando o modelo económico que permite aumentar o impostos, o kwanza continua a se desvalorizar, o quê é que está na base do não assentamento da valorização da moeda”, elenca o especialista.
POR: Constantino Eduardo, em Benguela