O governante é acusado de ter adjudicado uma obra “milionária” a uma empresa que, supostamente, mandou criar, e ter contratado uma organização de um amigo para prestar serviços à Direcção de Saúde do município
O administrador do município do Libolo, Rui Miguel, está a ser acusado de governar sem comprometimento com as causas do povo que dirige, pois, segundo uma fonte do jornal OPAÍS,por ter praticado actos que possam estar em contradição com a lei, incluindo corrupção. O esquema de corrupção, de acordo com a fonte, começa com o facto de ter, supostamente, orientado a constituição de uma organização empresarial, no sentido de, por via desta, subtrair dividendos com a adjudicação de uma obra, cujo orçamento ultrapassa a cifra dos 200 milhões de kwanzas.
“O mesmo mandou fabricar empresa de construção civil, noutrora não vocacionada para o efeito, com a máxima urgência, com o objectivo de favorecer os seus e buscar, continuamente, os seus dividendos”, denunciou a fonte, referindo que a organização não tem histórico de realizar obras de construção civil.
A referida empresa, localizada no Libolo, denomina-se Rocha & Paula. Esta foi seleccionada para a empreitada de reabilitação de 15 quilómetros de estrada e passeios da Vila de Caculo, orçada num valor de 236 milhões e 500 mil kwanzas. “Foi-lhe acelerado a buscar alvará de construção para ser adjudicada esta obra, mesmo sem experiência no ramo.
Estamos a falar de um município onde cresce o número de crianças desamparadas, sem água potável, crianças a morrerem por consumo de águas paradas de cacimbas e mal nutrição”, denunciou a fonte.
“Ofertou” obra com orçamento oculto à empresa de suposto amigo
Trata-se da empresa Barroso e Saizamba que, segundo a fonte desta notícia, pertence ao director municipal da Agricultura no Libolo. O proprietário da organização é amigo de confiança do administrador Rui Miguel, que tornou o homem num dos principais fornecedores das instituições públicas no município. A organização recebeu a execução de uma obra de construção de uma escola de três salas de aulas, na primeira fase, situada na localidade de Banza dos Dambos, Calulo, através do procedimento de Contratação Limitada por Convite. Porém, referiu, o orçamento não foi revelado.
“Outra empresa que merece os seus louros é a BM-SAIZAMBA, pertencente ao senhor Barroso Saizamba, actual director municipal da Agricultura do Libolo, que é dos maiores fornecedores e prestador de serviço do Hospital Municipal do Libolo, da Direção de Saúde e da própria administração”, revelou. Relatou que o director da Agricultura tem estado a manter contacto com o administrador municipal no senti- do de passar a fornecer insumos e materiais agrícolas à sua própria direcção. Além disso, continuou, Barroso Saizamba tem canalizado boa parte dos produtos para a fazenda do número um, no Libolo.
A fonte questionou ainda o paradeiro dado às motorizadas adquiridas para os antigos combatentes e veteranos da pátria, bem como o destino do gado caprino que foi comprado, supostamente, ao preço de 84 mil kwanzas/ cada animal, no âmbito do com- bate à pobreza, para as famílias carenciadas. “Os cabritos custaram 84 mil kwanzas cada, supostamente como raças melhoradas. Adquiridos a preço barato no Mercado do 30, em Luanda”, queixou.