O ataque do Hamas tornou-se possível devido a uma avaliação errada da ameaça do seu lado pela inteligência israelita e confiança excessiva da liderança militar de Israel no sistema de vigilância remota e armas na fronteira, relata o jornal The New York Times
A invasão do Hamas a Israel foi possível devido a uma série de falhas de segurança tanto pela inteligência como pelos militares israelitas, observa a publicação, citando quatro altos oficiais de segurança de Israel.
Assim, entre os pontos fracos no sistema de segurança referiram a incapacidade dos agentes de inteligência israelita de controlar os principais canais de comunicação utilizados pelo Hamas, assim como a grande dependência de equipamento de vigilância nas fronteiras, que os atacantes conseguiram desativar.
Por outro lado, aponmtaram a concentração dos comandantes numa única base fronteiriça, que foi capturada na fase inicial da invasão, impedindo a comunicação com o resto das forças militares, bem como a prontidão de aceitar, com valor aparente, afirmações de líderes militares de Gaza, feitas em canais privados, que eles não estavam a se preparar para a batalha.
Segundo interlocutores da mídia, a inteligência israelita está agora a investigar se essas chamadas eram reais ou falsas. Além disso, fontes do jornal relataram que os representantes de inteligência israelita, quando na semana passada informaram autoridades de segurança de alto escalão sobre as ameaças mais urgentes à capacidade de defesa do país, deram atenção maior ao perigo vindo de militantes libaneses ao longo da fronteira Norte de Israel, sem uma única menção do Hamas.
Ao mesmo tempo, na manhã de 7 de Outubro, a inteligência israelita detectou uma onda de actividade em alguns canais rastreados de militantes palestinianos, apontam fontes do NYT.
Os serviços de inteligência, por sua vez, enviaram um alarme aos militares israelitas na fronteira com Gaza, mas ninguém respondeu: ou os militares não receberam nenhum aviso ou não o leram.
Pouco tempo depois, o Hamas enviou drones para sabotar algumas torres militares de celulares e vigilância israelitas ao longo da fronteira, tirando a oportunidade de os oficiais israelitas monitorarem, remotamente, a área usando câmaras de vídeo.
De acordo com fontes do The New York Times, o sistema de vigilância de fronteira de Israel é quase inteiramente dependente de câmaras controladas remotamente, sensores e metralhadoras.
E por causa da confiança excessiva, o comando militar israelita nesta parte da fronteira tinha reduzido o número de tropas.
Além disso, os interlocutores acrescentaram que devido à concentração da liderança militar numa das bases da fronteira, a maioria dos oficiais seniores foi morta, ferida ou feita refém durante a invasão.
Isso, combinado com problemas de comunicação, impediu um contraataque coordenado. No início da manhã de Sábado (7), os radicais de Gaza lançaram centenas de foguetes contra o território israelita, foram relatadas incursões de militantes em áreas fronteiriças de Israel.
O Exército israelita relatou mais de 3.000 foguetes disparados do enclave e a infiltração de dezenas de palestinianos armados nas áreas da fronteira Sul de Israel.
Em resposta ao ataque, as Forças de Defesa de Israel anunciaram o lançamento da operação antiterrorista ‘Espadas de Ferro’ na Faixa de Gaza.
O Hamas justificou as suas acções pelo aumento dos confrontos com as forças israelitas nos últimos meses na mesquita de Al-Aqsa, local considerado sagrado para os muçulmanos.