Talvez ninguém perceba, mas o certo é que ela, nada mais é, do que uma mulher no meio de várias, tentando fazer a diferença com acções que, no seu entender, poderão suprir as necessidades básicas do presente e elevar a sua pátria a um desenvolvimento sustentável.
Embora seja baixa na estrutura física, Verónica é enorme, não apenas pelo sonho que se permitiu ter, mas pela mulher que ousou se tornar.
É mãe dos seus e de outros que no final das contas também são seus.
Carrega uma beleza genuína, coroada por uma carapinha dura, ora crespa, ora ondulada, mas nunca lisa. Se olharmos com atenção para este edifício situado no centro da capital, veremos Verónica sair do escritório após um dia corrido, no qual teve de travar batalhas com pessoas que não querem o progresso de sua sociedade, de sua pátria.
Agora, vemos ela entrar na viatura que não precisa conduzir, por já ter alguém com a responsabilidade de levá-la até seu destino. Para a sua surpresa, Verónica encontra o filho mais novo no interior da viatura e este anuncia. – Pedi ao Carlos que me fosse buscar antes de vir pegar a mãe.
– Pediste!? E ele obedeceu-te, desobedecendo ao protocolo! Óh Carlos, desde quando passaste a receber ordens deste rapaz? – Desde nunca doutora, conforme de disse o menino, não foi uma ordem, mas um pedido de quem quis estar com a mãe mais cedo do que o habitual. – Ok.
Supondo que seja verdade, o que me tens da dizer, além de querer estar comigo mais cedo? – questionou Verónica dirigindo-se ao filho. – Mãe, quero garantir que não estejas envolvida em papéis após terminar o expediente.
– Que expediente, tu sabes que estou sempre a trabalhar! – Sei, por isso vim garantir que te desses um desconto, um descanso, pois embora sejas um servidor público, também és humana e a humanidade não pode ser sufocada pelo profissionalismo, pois quando isso acontece deixamos de liderar a passamos a chefiar.
– Com quem você aprendeu isso, Zé? – Contigo mãe. Tenho estado a observar-te e a comparar-te com outras pessoas, e não quero que te tornes naquilo que tens vindo a criticar.
– Eu só tento fazer bem o meu trabalho, filho. – Eu sei, mãe, sei que queres mudar as coisas, mas se fores sempre neste ritmo, mudas a ti mesma e te distancias do objectivo Enquanto conversam, Carlos fez o que lhe era incumbido e seguiu o itinerário até a casa de Verónica. No interior da residência, depois dela ter agradecido ao filho pelo gesto e pelas chamadas de atenção, Verónica jogou-se ao telemóvel e discou para amiga.
– Dina, tudo bem? Já estás em casa? – Amiga antes diz-me o que queres, assim saberei te dizer se estou em casa ou não. – Deixa-te disso, já sei que estás, ouço os meninos e os sons das redes sociais. – Em verdade estou em casa, amiga. Então conseguiste largar os papeis? – Consegui.
O Zé foi me buscar no escritório para garantir que eu não voltasse a segurar os papeis hoje. – Ah, fez isso! Que bonito! – Bonito foi, mas o mais bonito foi ouvi-lo dizer que cada cidadão pode ser um líder desde queira ser, pois a liderança pode ser exercida em nós mesmos, nas nossas famílias, nas instituições e na sociedade.
Acrescentou que é essencial liderar pelo exemplo, pelo respeito, pelas boas práticas e sobretudo, dar ouvidos os que estão à sua volta.
– Tenho de sentar com o Zé, preciso de mais lições sobre liderança – disse a Dina. – Não brinques, Di. Eu nunca pensei que um menino de 10 anos me ensinaria tanto sobre liderança e, em tão curto espaço de tempo.
– Amiga, precisamos prestar atenção aqueles que estão a nossa volta e ouvir o que nos têm a dizer, precisamos acordar e nos questionarmos se o resultado do nosso trabalho transforma positivamente a vida de alguém.
Se nos questionarmos desta forma, a nossa percepção enriquecerá e perceberemos os aspectos a melhorar e o caminho a seguir para sustentabilidade das nossas famílias e das organizações nas quais estamos inseridos.
Por: dito benedito