O território da Região Militar Cabinda goza de uma considerável estabilidade política e militar permitindo, com efeito, a execução com normalidade dos projectos de impacto sócio-económico e produtivo para melhorar, cada vez mais, o desenvolvimento da província, bem como a livre circulação de pessoas e bens
O facto foi anunciado, ontem, através de um comunicado assinado pelo comandante da Região Militar Cabinda, tenente-general Tukikebi Tussen dos Santos, e lido pela voz do comandante adjunto para a educação patriótica, brigadeiro Francisco Yombo, por ocasião das comemorações do 32° aniversário da criação das Forças Armadas Angolanos (FAA).
O facto de a província de Cabinda gozar de estabilidade política e militar, os efectivos das FAA, aqui estacionadas, reafirmaram o sentimento de elevar cada vez mais a sua prontidão combativa, moral, psicológica e, acima de tudo, o espírito patriótico para o cumprimento com zelo e dedicação das ordens emanadas superiormente.
O chefe da direcção principal de Logística do Estado-Maior-General das FAA, tenente-general Carlos Chivanda, que orientou o acto provincial da criação das FAA, aproveitou a ocasião para dirigir palavras de apreço e de encorajamento a todos militares destaca- dos na Região Militar Cabinda que muito têm feito para manter a integridade territorial e a segurança das populações.
“Exortamos a manterem-se firmes e vigilantes nos seus postos de trabalho ou nas linhas defensivas com vista a frustração de qualquer tentativa de acção de banditismo armado que possa ocorrer”, apelou o oficial superior das FAA. Apesar das conquistas alcançadas ao longo dos 32 anos de existência, o tenente-general Carlos Cavanda afirmou que as FAA continuam fiéis às orientações da direcção política do país, mantendo-se firmes e prontas para servir a pátria com base no reforço permanente, no princípio da disciplina, da hierarquia, do comando único, cerrando fileiras em torno do Presidente da República e Comandan- te-em-Chefe das FAA. “Não percamos o foco.
A nossa missão é muito clara e o nosso foco só pode ser a nossa preparação combativa, operativa, educativa e patriótica e, em especial, para fazermos face à nossa missão. Temos dificuldades e que estão bem identificadas e a direcção superior do país está a encontrar soluções para as superar”, sublinhou Carlos Cavanda, dirigindo-se aos oficiais superiores, capitães, subalternos, sargentos e soldados presentes na cerimónia.
Durante o acto, decorrido no quartel-general, sob o lema “FAA garantia da paz e da estabilidade nacional”, o chefe da direcção principal de Logística do Estado Maior General das FAA revisitou o per- curso histórico das FAA, bem como falou sobre os desafios presentes e futuros deste órgão castrense angolano. Para o tenente-general Carlos Chivanda, Angola só deixou de ser uma colónia portuguesa e tornar- se uma República com órgãos de soberania próprios graças ao heroísmo de destemidos patriotas que se bateram inteligentemente com armas na mão durante 14 anos.
Unção das forças
Depois de falar das reformas registadas no país na vertente política, económica e social, Carlos Cavanda disse que no campo militar, no dia 9 de Outubro de 1991, as duas forças então beligerantes, nomeadamente as ex-FAPLA e as ex-FALA eram fundidas dando lugar as Forças Armadas Angolanos (FAA). “Volvidos mais de três décadas, as FAA constituem hoje motivo de orgulho e de unidade nacional”, afirmou o tenente-general Carlos Cavanda. Apesar de todas essas mudanças, explicou o oficial general, o país voltou a mergulhar numa violenta guerra em consequência da crise pois eleitoral de 1992.
“Enfrentando sérias dificuldades, as FAA foram mais uma vez mobilizadas a intervir em diferentes cenários operacionais que contribuíram decisiva e favoravelmente na mudança da situação, culminando com a realização, no Moxico, da reunião de alto nível em que foi assinado o memorando de entendimento do Luena que traria a paz definitiva para o nosso país, cuja assinatura ocorreu em Luanda no dia 4 de Abril de 2022.”
Desafios
O tenente-general Carlos Cavanda recordou os desafios colocados às FAA que decorrem da Constituição da República de Angola (CRA) e do próprio contexto, nomeadamente a defesa da soberania e da independência nacional, a integridade territorial, as instituições democráticas do Estado, a paz e a estabilidade nacional. Disse ainda que as FAA têm a missão de velar pela operacionalização do trinómio homem, técnica e infra-estruturas, participar em exercícios conjuntos e combinados, desenvolver actividades de interesse público e servir de reserva moral da Nação, ocupando a primeira trincheira na moralização da sociedade, bem como aprimorar a cooperação multilateral das tropas e a organização das unidades militares.
POR: Alberto Coelho, em Cabinda